Menor que teve a virgindade negociada pela mãe em Bocaiuva é levada para abrigo

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A adolescente de 14 anos que teve a virgindade negociada pela mãe com um vizinho, em troca de uma casa, foi levada para um abrigo nessa segunda-feira (18/7). A mulher de 39 anos foi autuada em flagrante por exploração sexual com base no Estatuto da Criança e Adolescente. Ela já está no presídio de Bocaiuva (MG), onde a ocorrência foi registrada. O homem de 38 anos não foi encontrado.

Segundo as informações do delegado Leonardo Diniz, a menor ainda será ouvida pela Polícia Civil, mas já conversou com uma psicóloga e contou que chegou a dormir com o vizinho por duas vezes, sem se relacionar sexualmente com ele. Ela deve passar por exames.

“A mãe nega tudo, diz que a história não é verdadeira. Mas a adolescente relatou para a psicóloga que foi vítima de maus-tratos e pede pelo amor de Deus para não voltar para casa. Ela disse também que a mãe sempre insistia para que se relacionasse com o vizinho, ao saber que isso não tinha acontecido, chegou a bater na filha, que relata ainda que apanhava com frequência”, diz o delegado.

A menina fez 14 anos no domingo (17) e na noite do mesmo dia foi levada para a casa do vizinho. A polícia acredita que alguém orientou a mãe que esperasse a filha completar 14 anos para evitar que o homem pudesse ser penalizado por estupro de vulnerável. Mas a Lei afirma que também estão incluídas em crimes dessa natureza vítimas que têm enfermidade ou deficiência, não tem discernimento ou não podem oferecer resistência ao ato sexual.

Alívio

O soldado Sidney Queiroz, faz parte da Patrulha de Violência Doméstica e esteve na casa da família junto com o Conselho Tutelar. “Sentimos que a sensação da adolescente foi de alívio, ela conta tudo com riqueza de detalhes e com convicção”, fala.

A família mora em Bocaiuva há um ano e meio, apenas a menor e duas crianças moram com a mãe, que tem nove filhos. As outras crianças estão em abrigos ou na casa de parentes. Durante esse período, nenhuma denúncia de maus-tratos havia sido feita no Conselho Tutelar do município.

“Sempre falo do papel da população, que faz toda a diferença no nosso trabalho. O importante para a Polícia Militar não é saber quem você é, e sim o que você diz, como saberíamos da situação sem que houvesse uma denúncia? É importante que as pessoas saibam que eles estão colaborando e que o anonimato é garantido”, explica o soldado.

Antes de se mudar para Bocaiuva, a família morava em Salinas, também no Norte de Minas. Na cidade, a adolescente chegou a ficar em um abrigo e sob os cuidados da avó e de uma tia.

(G1 Grande Minas)

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