Paralisação das obras da Barragem de Jequitaí deixa produtores revoltados

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A paralisação das obras da Barragem de Jequitaí, no Norte de Minas, tem deixado as famílias revoltadas. Cerca de 300 famílias serão atingidas pela área inundada da barragem, e muitas já assinaram o termo de concordância, mas não sabem quando vão receber novas moradias e nem o pagamento referente às terras desapropriadas.

“A Codevasf alega que falta dinheiro para continuar as obras. Isso deixa muita gente preocupada, pois não sabemos quando será solucionado este problema. Quem já assinou o termo não pode mais fazer investimento na área”, explica o produtor rural Mauro Rodrigues.

Rodrigues diz que no acordo está previsto uma nova moradia com área de 100 hectares. “Eles autorizaram e eu já procurei duas áreas, com 50 hectares cada. Mas não sei quando será feito este pagamento”.

O projeto possui famílias que ainda não iniciaram o processo para negociar as terras. Nesta situação está a família do produtor Juliano Nazaré, que possui uma propriedade de 59 hectares. “Ainda não negociamos. A terra continua sendo nossa, mas tem famílias que realmente assinaram o termo e não receberam. Aqui tem todo o tipo de situação”, lamenta.

Para Nazaré, a indefinição sobre o andamento da obra vai além da falta de recursos financeiros. “Acho que falta uma liderança empenhada em dar prosseguimento nesta obra. Há mais de 20 anos sonho com esta barragem e, sinceramente, não vejo que queiram resolver”.

Nesta quinta-feira (11) o presidente da Codevasf, Felipe Mendes, visitou o canteiro de obras e conversou com representantes dos atingidos. “Ele veio conhecer in loco a situação que se encontram as obras da barragem. Assim poderá buscar meios para retomar a construção da barragem”, diz o membro do Comitê Gestor do Projeto Jequitaí Fernando Sena.

O projeto prevê que a construção da barragem com 41 metros de altura e 278 metros de comprimento. A obra foi orçada em R$ 59,9 milhões. Porém, as obras estão paralisadas há cerca de um ano. Fernando Sena afirma que a rescisão do contrato com empreiteira responsável pelo empreendimento aconteceu em maio de 2015. “Rescindiu por situação simples; não tem como inundar esta área com famílias ainda morando nelas. Muitas propriedades ainda não possuem documentação regularizada. Então, temos que resolver isso primeiro. Temos o orçamento, mas não temos financeiro”.

Segundo a Ruralminas, responsável pelo pagamento das áreas desapropriadas, os proprietários das terras atingidas pela barragem continuam com o direito das terras até a realização do pagamento e repasse da escritura à Ruralminas.

Obras estão paralisadas há cerca de um ano (Foto: Michelly Oda / G1)

(Fonte: G1 Grande Minas / Repórter: Valdivan Veloso)

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