Hemominas utiliza método que aumenta segurança em transfusões de sangue

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Para aumentar a segurança nas transfusões de sangue, a Fundação Hemominas utiliza um método de preservação de hemácias por congelamento em nitrogênio líquido, que auxilia na identificação de anticorpos desenvolvidos por alguns pacientes. Poucos hemocentros públicos no Brasil utilizam a técnica.

A partir de uma pesquisa desenvolvida, que testou dois sistemas, a Hemominas padronizou os métodos de preservação de hemácias que contêm antígenos eritrocitários já identificados e são utilizadas na identificação de anticorpos antieritrocitários, importantes na compatibilização de sangue adequado para os pacientes que necessitam de transfusão.

Os anticorpos antieritrocitários podem ser desenvolvidos por pacientes ou doadores de sangue que entraram em contato com hemácias, por meio de transfusão anterior ou, no caso das mulheres, na gestação.

“Estes pacientes podem ter dificuldade para encontrar sangue compatível no caso de necessidade de transfusão. O anticorpo tem que ser identificado, e nem sempre as hemácias comerciais, utilizadas para os testes nos laboratórios, atendem e oferecem resultados conclusivos nestes casos”, explica a farmacêutica bioquímica da Fundação Hemominas e uma das integrantes da pesquisa, Marta Chagas.

Neste caso, vale a maior eficiência da técnica utilizada pela fundação. Assim, é possível utilizar hemácias de doadores da Hemominas para auxiliar na identificação desses anticorpos, quando a utilização das hemácias comerciais não é suficiente.

Testes provaram que o método de congelamento em nitrogênio funciona e oferece maior segurança nos procedimentos – Foto: Adair Gomez / Hemominas / Divulgação Agência Minas

Diferencial

Após a doação de sangue, para que seja possível utilizar as hemácias dos doadores em testes laboratoriais, é necessário o emprego de técnicas capazes de preservar sua integridade. Na Hemominas, as pesquisadoras testaram dois métodos: em geladeira, com soluções de preservação, onde as hemácias puderam ser preservadas por 30 dias; e em nitrogênio líquido, que, por congelamento, preserva hemácias com fenótipos raros por até dez anos.

Os testes provaram que o método de congelamento em nitrogênio funciona e oferece maior segurança nos procedimentos.

Segundo Marta, este é um diferencial da Fundação Hemominas. “A maioria dos hemocentros públicos no país utiliza apenas as hemácias comerciais”, afirma. “É algo a mais de que dispomos para identificar os anticorpos antieritrocitários, aumentando a segurança para os nossos pacientes, porque usamos hemácias das quais já temos os antígenos mapeados e que estão preservadas por métodos que sabemos que são seguros”, completa.

Segurança na transfusão

Caso o paciente necessite de receber uma transfusão de sangue, mas já desenvolveu previamente um anticorpo antieritrocitário – por ter recebido sangue alguma vez ou por gestação -, alguns tipos de hemácias não poderão ser utilizadas. O teste realizado pela Hemominas identifica o anticorpo do paciente, possibilitando a seleção de hemácias adequadas e prevenindo, dessa forma, possíveis reações transfusionais.

Se o paciente receber sangue incompatível, devido à presença de anticorpo que não foi identificado, ele poderá apresentar sintomas como febre, calafrios, dores no peito, náuseas, anemia, vômito, insuficiência renal, podendo chegar, em casos mais extremos, ao óbito.

“As hemácias preservadas ajudam a identificar esses anticorpos, evitando estas reações, que, em alguns casos, são muito graves”, ressalta a farmacêutica bioquímica Marta Chagas. (Agência Minas)

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