Delação premiada deve mudar os rumos do julgamento da chacina de Unaí

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O julgamento mais esperado dos últimos 12 anos em Minas Gerais deve durar cerca de três semanas, e muitas surpresas são esperadas durante o interrogatório dos quatro acusados da chacina de Unaí, ocorrida em janeiro de 2004.

Os irmãos e fazendeiros Norberto e Antério Mânica, além dos cerealistas Hugo Alves Pimenta e José Alberto de Castro serão julgados em Belo Horizonte no dia 22 de outubro. Eles são acusados de mandarem matar três auditores ficais e o motorista do Ministério do Trabalho que atuavam na delegacia regional em Minas. Eles estariam insatisfeitos com as fiscalizações para apurar denúncias de trabalho escravo nas fazendas de plantações de feijão.

Os advogados dos réus recorreram até a última instância e foram ao Supremo Tribunal Federal pedindo que o julgamento acontecesse em Unaí, onde os réus têm muita influência. O pedido, no entanto, foi rechaçado pelo STF.

O julgamento deve ser feito por etapas e já há um acordo de delação premiada firmado entre Hugo Alves Pimenta e o Ministério Público Federal. O cerealista apontou Norberto Mânica como o mandante do crime e também confirmou a participação de Rogério Alan Rocha Rios, Erinaldo de Vasconcelos Silva e William Gomes de Miranda. Pimenta, no entanto, evitou falar sobre o envolvimento de Antério Mânica – ex-prefeito de Unaí – nos crimes.

Segundo Carlos Calazans, que na época do crime trabalhava como delegado do trabalho em Minas, ou seja, chefe dos fiscais e do motorista, disse que a delação premiada será determinante para os rumos do julgamento. “Ele (Hugo) aponta o envolvimento das pessoas. Pagaram, mandaram, onde reuniu, com quem reuniu, o que foi acertado, as pessoas que ligaram, a hora que ligou, o que se falou no telefone. Isso tem detalhado”, disse Calazans.

Chacina motivou inúmeros protestos ao longo dos últimos anos (Antônio Cruz/Agência Brasil)

(Fonte: Rádio Itatiaia)

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