Dois militares são presos suspeitos de envolvimento em homicídio em Governador Valadares

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Dois policiais militares suspeitos de integrar uma rede criminosa que teria praticado vários homicídios na região foram presos em Governador Valadares, no Leste do Estado, na tarde desta terça-feira (10). Os mandados foram expedidos pelo juiz da 1ª Vara Criminal Everton Villaron no encerramento da primeira fase da “Operação Aracnídio” deflagrada pela Polícia Civil para investigar supostos crimes praticados pelo bando formado também por outros dois homens já presos.

Os militares são os cabos Marco Antônio da Silva Alves, de 41 anos, que é da reserva da PM, advogado e cadeirante; e Simão Conrado Pires Júnior, 48 anos, lotado na Polícia Rodoviária Militar em Mantena. Eles foram presos em casa, em Valadares. Segundo o delegado de homicídios, Fábio Sfalsin, a rede começou a ser investigada após o assassinato de Miriam Pereira Arantes, de 18 anos, ocorrida em julho de 2013, no bairro Ipê. Ela foi baleada na garupa da moto do namorado Marlon Júnior, também ferido.

Segundo o delegado, a jovem havia criado um perfil falso nas redes sociais e adicionado Getúlio Leal Pereira, que, seduzido, teria contado para ela sobre crimes e homicídios praticados por ele e seu bando, na cidade e região. Quando descobriu que o perfil era falso, Getúlio localizou e planejou o assassinato de Miriam, contando com a ajuda de Dânio Almeida de Aguilar Rosado Paulínio, de 31 anos, e supostamente dos militares presos.

Nas investigações descobriu-se, segundo o delegado, que a arma usada para matar a jovem estava com Dânio, mas era registrada em nome de um terceiro PM, que ao ser ouvido, alegou tê-la vendido para o colega Marco Antônio poucos dias antes do assassinato de Miriam. Como Marco negou, esse militar gravou uma conversa telefônica onde Marco o orientava a informar em seus depoimentos que a arma pertencia a um ex-militar assassinado no ano passado em Valadares. A PC teria comprovado a venda da arma ao cabo Marco, que por sua vez, era advogado de Dânio e Getúlio em outros crimes.

A participação dos militares Marco e Simão na morte de Miriam, segundo o delegado, ficou comprovada. Além de outros elementos de prova, descobriu-se que após o assassinato, os dois ficaram em ponto estratégico do bairro Ipê para receber a arma das mãos de Getúlio e Dânio que estavam em uma moto; e transportá-la de forma segura. Mas o carro onde estavam foi parado numa blitz da PM e embora não tenham sido revistados naquela hora, os colegas de farda lembraram que estavam nas imediações na data e horário do crime.

“Nós ingressamos nessa teia e o objetivo é esclarecer outros crimes que possam ter sido praticados por eles”, disse Sfalsin. Segundo o delegado Gean Vitor Fanti, os dois militares foram indiciados no inquérito e denunciados pelo Ministério Público pela morte de Miriam e tentativa contra o namorado dela. As prisões são preventivas. E vão responder por homicídio duplamente qualificado. Entre as qualificadoras está motivo torpe e tentativa de ocultar outros crimes.

RISP

De acordo com informações subcomandante da 8ª Região Integrada de Segurança Pública (8ª Risp), tenente coronel Ducler Costa Júnior, a PM vai analisar o processo e instaurar procedimento demissionário. Marco, que já é reformado, pode perder a graduação (patente) sem perder o salário e Simão ser demitido da PM.O processo core em segredo de justiça. Os dois estão detidos em uma cela do 6º Batalhão de Polícia Militar à disposição da justiça. Representantes da corregedoria da PM e da OAB acompanharam as prisões dos militares.

(Fonte: Hoje em Dia)

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