Moradora de Ipatinga é presa por manter urubu em cativeiro

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Lúcia acredita que a ave é um presente enviado por sua mãe, que morreu. Destino do urubu será decidido por delegado.

“Zulu chegou na hora certa. Considero ele como um filho”, disse a auxiliar administrativa Lúcia de Oliveira Fonseca, de 49 anos, após ser presa na tarde desta quinta-feira, 12 de março, em Ipatinga, por criar e domesticar um urubu em casa.

“Quando encontrei Zulu, próximo de um rio, ele estava sem as penas e doente. Comecei a cuidar dele e só depois vi que se tratava de um urubu, mas já havia me apegado. Ele veio em um momento muito difícil na minha vida, logo após a morte da minha mãe. Acredito que o animal é um presente dela, que foi deixado para mim”, diz.

Lúcia diz que considera Zulu como um filho (Foto: Maurício Oliveira / Inter TV dos Vales)

A Polícia Ambiental de Ipatinga chegou até a suspeita depois de receber uma denúncia anônima, informando que a mulher estaria criando a ave em casa, mantendo-o preso pela perna nos fundos de um quintal. Segundo a polícia, a mulher encontrou o animal há cerca de quatro meses.

O sargento Wesley Chaves disse que mesmo que o animal esteja bem tratado, manter um urubu preso em cativeiro, sem licença ambiental, não deixa de configurar um crime. A pena pode ser de seis meses a um ano de reclusão, além de multa de aproximadamente R$ 500 reais, segundo o policial.

“Recebemos a denúncia do caso no nosso portal da internet e ficamos surpresos por se tratar de um caso atípico. Vimos o amor que ela tem pelo bicho, compreendemos a história de Lúcia, mas é preciso cumprir a lei. Por isso ela foi detida e o animal apreendido. O delegado vai decidir o futuro do animal a curto prazo, depois de avaliar uma série de questões. Só depois saberemos se ela poderá continuar cuidando do bicho ou se ele será solto no seu habitat natural”, explicou.

Wesley Chaves conta que Zulu será submetido a uma avaliação de um veterinário, que vai poder dizer como foi feita a domesticação da ave, e se o urubu está em boas condições de saúde. “De posse do laudo do profissional, o delegado poderá decidir se temporariamente o Zulu poderá continuar com Lúcia”, acrescentou.

Escolha

Lúcia diz que não vai separar de Zulu. A auxiliar administrativa acredita que o animal é uma espécie de reencarnação da mãe, por isso ela afirma que vai lutar para ficar com animal, e somente vai abrir mão do bicho, caso a ave opte por deixá-la.

“A única pessoa que vai escolher qual será o seu destino, será o próprio Zulu, ele é o dono da sua liberdade, e vai decidir se quer ou não ficar comigo. Minha mãe deixou uma propriedade na zona rural de Ipatinga, vou para lá com ele, e a escolha será feita. Vou respeitar caso ele prefira ficar na natureza”, reforçou.

A auxiliar conta que já teve que se mudar de uma casa, porque os vizinhos estavam reclamando de Zulu. Ela lamenta também que somente foi denunciada pela Polícia Ambiental, após postar algumas fotos nas redes sociais ao lado do urubu. “As pessoas se incomodam com a felicidade dos outros. Mas a denúncia não vai me impedir de ficar com meu filho”, concluiu.

(Fonte: Inter TV dos Vales)

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