Período chuvoso não ameniza prejuízos da seca no Norte de Minas

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O período chuvoso no norte de Minas Gerais, entre 2013 e 2014, está no fim e o nível da água em represas e reservatórios apresenta aumento significativo. Mas os reflexos deixados pela seca entre 2012 e 2013 ainda estão presentes na vida dos produtores da região.

Muitos produtores não conseguiram recuperar os prejuízos acumulados com a pior seca dos últimos 40 anos. Segundo o estimativas da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural em Minas Gerais (Emater-MG), em 2013, o Norte de Minas perdeu cerca de 170 mil cabeças de gado.

Este é o caso do pecuarista Huarisson Antunes Cangussu, que somente entre setembro e novembro de 2013 reduzir o rebanho, que inicialmente tinha duas mil cabeças, em mais de 50%. Segundo o pecuarista, o pasto na região ainda não se recuperou e isso impulsiona a mais um ano de redução do rebanho.

“Desde 2012 estamos reduzindo nossa criação. Este ano é mais um ano para reduzirmos nosso plantel. A situação da chuva até agora não favoreceu em nada para que o pasto regenerasse”, lamenta Cangussu.

As perspectivas no meio agrícola não são diferentes. De acordo com o gerente regional da Emater-MG, Ricardo Demicheli, os prejuízos acumulados das duas últimas safras, juntamente com a atual, ultrapassam os R$ 800 milhões.

A tendência é que o ano apresente resultados ainda piores dos já registrados. Segundo o engenheiro agrônomo e coordenador técnico da Emater-MG, Reinaldo Nunes de Oliveira, a quantidade de água trazida pela chuva não atingiu o esperado, o que leva a região em estado de alerta.

“Tais previsões não se concretizaram e a situação da região como um todo é de calamidade, uma vez que, as perdas da produção do setor agropecuário têm alcançado patamares não suportáveis para a economia regional, que gira em torno do setor primário onde as perdas de produção de grão atingiram marcas próximo de 80”, explica.

Apoio aos produtores rurais

Para ajudar os produtores a superarem os desafios impostos pela seca, a Sociedade Rural, em parceria com o Sindicato dos Produtores Rurais, criou uma comissão de crédito para formatar ações e estratégias.

“Inicialmente, vamos confeccionar documentos e ir aos bancos, apresentar nossas propostas, ouvir os gestores e depois definirmos novos encaminhamentos. Precisamos da compreensão dos bancos. São histórias e mais histórias de dar pena”, afirma o presidente da Sociedade Rural, Osmani Barbosa Neto.

Em complemento às ações, a Sociedade Rural oferece ainda, gratuitamente, um balcão de crédito aos produtores que precisam de ajuda para traçar medidas para renegociação de dívidas junto às instituições financeiras.

“Não podemos fazer chover, mas podemos não ficar parados e é isso que temos feito. Iremos visitar as instituições financeiras para que possamos tentar encontrar um caminho para ajudar ao homem do campo. Agora é hora de unir forças para não aumentarmos os débitos”, completa. (G1)

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