Pesca esportiva levará desenvolvimento econômico ao entorno do rio Doce

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Um passeio de barco foi forma que a Associação de Pescadores e Amigos do Rio Doce (Apard) encontrou para mostrar à população as belezas e o potencial econômico oferecido pelo manancial em Governador Valadares, Leste do Estado. O foco foi o lago da Usina Hidrelétrica de Baguari que será alvo de um projeto social piloto que pretende colocar a cidade no calendário mundial da pesca esportiva.

”Não existe data melhor que a de hoje, Dia Mundial da Água, para alertarmos sobre os problemas que o rio enfrenta e apontarmos algumas alternativas para resolvê-los”, diz o presidente da Apard, José Francisco Silva de Abreu. A ideia é ensinar os pescadores a criar peixes em tanques redes com ganhos de cerca de R$ 1,5 mil por mês. A produção estimada é de 12 toneladas por mês. No rio seria permitida apenas a pesca esportiva (pescar e soltar).

“O rio Doce tem potencial econômico maior do que qualquer grande indústria que vier se instalar aqui. É uma riqueza sem tamanho para Valadares. Nosso aeroporto vai ficar pequeno quando o rio estiver pronto para a pesca esportiva”, explica Abreu, lembrando que os trabalhadores que sobrevivem da pesca na cidade (cerca de cem) também poderão ser guias turísticos e produzir iscas.

Outra vantagem serão os hotéis e pousadas que serão erguidos às suas margens. Segundo Abreu, Valadares consome cerca de 170 toneladas de peixe por mês, mas do rio Doce saem apenas três toneladas. As demais são importadas. Na lista de problemas enfrentados pelo rio está a poluição e a pesca predatória e extrativista. Abreu estima a existência de, no mínimo, 100 mil metros de rede nos 53 quilômetros do rio Doce em Valadares.

No comando de um dos barcos, o empresário Simão Pereira, mostrava maravilhado as belezas que o lago margeia. Pescador desde 1980, também não escondia a tristeza ao enumerar as espécies que foram sendo extintas ao longo dos anos e a adaptação dos pescadores a outras consideradas invasoras, como o mandi amarelo. Ele gostaria de ver o tambaqui e o tucunaré introduzidos no rio Doce. “Já que o rio sofreu transformações, vamos ter que nos adaptar e criar novas condições de sobrevivência e lazer”. (Hoje em Dia)


(Foto: Leonardo Morais/Hoje em Dia)

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