Um homem de 24 anos, suspeito de estuprar duas adolescentes, foi preso na manhã desta quinta-feira (08/06/2017) em Montes Claros. Nos dois casos, segundo a Polícia Civil, houve agressão e ameaça de morte às vítimas. Cleyton F.C é investigado por abusar da prima dele, de 13 anos, em abril deste ano, e de outra adolescente, de 16, em novembro de 2016. Equipes da Delegacia Especializada da Mulher cumpriram o mandado de prisão temporária em uma casa em construção, no Bairro Eldorado.
Durante o cumprimento do mandado de prisão, os policiais civis estiveram em três endereços. Cleyton era funcionário de um comércio no Bairro Major Prates, mas atualmente trabalhava na construção da própria casa. A Delegacia da Mulher chegou até o homem depois que as vítimas denunciaram a violência. O suspeito e a vítima de 13 anos moravam na mesma casa.
“A adolescente estava na porta da casa onde moravam. Ele chegou, por volta das 19h30, e a obrigou a entrar; não tinha ninguém no imóvel. Ela foi agredida com socos e abusada. Em seguida, ela saiu da casa ainda de toalha para pedir ajuda. A adolescente foi socorrida e levada até o hospital onde passou por exames que constataram fragmentos de sangue na parte íntima. Ela confirmou que era virgem antes do abuso. Neste caso, de estupro de vulnerável, a pena é maior, de 8 a 15 anos”, enfatizou a delegada, Karine Maia.
De acordo com a Delegacia Especializada, depois da violência, as vítimas mudaram de endereço por medo. A adolescente, de 16, voltava de uma festa com um familiar quando foi ameaçada pelo telefone a ir até a casa dela. O homem descreveu detalhes até da roupa que a jovem usava no dia. Ela foi violentada na rua onde morava, pressionada contra uma árvore.
“Ela conta que não sabe como ele conseguiu o número do telefone. Por volta das 2h da madrugada, ele ligou e a obrigou, ameaçando de matar familiares, a ir até a casa dela. O familiar, que a acompanhava, não percebeu a situação e a vítima não disse nada por medo. O investigado deu um soco na vítima e abusou dela. No final do abuso, levou uma peça íntima dela e nas semanas seguintes continuou ameaçando a menor”, detalha a delegada.
A vítima só conseguiu denunciar o caso depois que um amigo, que é policial militar, soube do ocorrido e a levou até a delegacia. Atualmente, a adolescente mora com os pais fora de Montes Claros.
Delegacia da Mulher apresentou investigado em coletiva (Foto: Polícia Civil/Divulgação)
Exames
O delegado Renato Nunes reforça a necessidade de as vítimas de estupro procurarem atendimento médico logo após a violência. Mesmo diante de um trauma tão forte, ele orienta que a pessoa não deve se lavar ou trocar de roupa. Segundo o delegado, a coleta do sêmen é importante na materialidade do processo de investigação.
“A vítima tem de procurar o Hospital Universitário imediatamente após o crime. Uma equipe especializada irá coletar o material biológico do estuprador – que geralmente fica na vítima ou nas roupas dela – e, mesmo que ele negue, a gente consegue provar o crime para que o acusado seja condenado”, reforça o Chefe do Departamento da Polícia Civil de Montes Claros.
A Polícia Civil acredita que novos casos podem surgir a partir da apresentação do investigado.
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(Fonte: G1 Grande Minas / Reportagem: Juliana Peixoto)
