Justiça condena assaltantes que mataram escrivão da Polícia Civil em Lassance, no Norte de Minas

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O Ministério Público Federal em Minas Gerais (MPF/MG) obteve a condenação de três pessoas responsáveis pelo assalto a uma agência dos Correios na cidade de Lassance, região norte de Minas Gerais, ocorrido em setembro de 2015. Na ocasião, um escrivão da Polícia Civil de Minas Gerais, que tentou impedir o crime, foi morto por um dos assaltantes. O crime teve grande repercussão na cidade.

Marcos Junio de Souza Coelho foi condenado a 33 anos e 10 meses de reclusão; já Edicarlos Alves Souza e Nivaldo Domingos da Silva, a 27 anos e cinco meses de reclusão cada um, em regime fechado. Todos os três estão presos.

Nivaldo Domingos da Silva e Edicarlos Alves de Souza – Foto: Divulgação / PCMG

Crime

Segundo a denúncia do MPF/MG, o crime ocorreu no dia 23 de setembro de 2015, quando os acusados, conhecidos criminosos de uma facção que atuava em Várzea da Palma (MG), se associaram sob o comando de Nivaldo para roubar a agência dos Correios na cidade vizinha de Lassance, que fica a 35km do município.

O crime ocorreu por volta das 14h. Marcos Junio e Nivaldo desceram do carro e entraram na agência portando armas calibre 38, anunciando o assalto. Edicarlos os aguardava no carro, próximo à agência. No momento do assalto, uma funcionária que estava na agência foi rendida. Os acusados retiraram do caixa aproximadamente R$ 12 mil.

Marcos Junio e Nivaldo saíram da agência e foram em direção ao carro onde Edicarlos os aguardava para fugir. Mas, ao chegar perto do carro, viram Edicarlos deitado no chão, rendido pelo escrivão da Polícia Civil Ghivelder Márcio Soares.

Ghivelder, que tinha percebido o assalto, correu para a delegacia localizada em frente à agência dos Correios e pegou uma espingarda. Em seguida abordou Edicarlos, que estava no carro, e o rendeu. Nesse momento, Nivaldo sacou sua arma e disparou três vezes, pelas costas do escrivão. Ghivelder teve hemorragia interna e externa e morreu no local.

Fuga

Após os disparos, Marcos Junio e Edicarlos entraram no carro e fugiram para o local de passagem de uma balsa, onde abandonaram o veículo da fuga e retornaram para a cidade de Várzea da Palma. Nivaldo, que efetuou os disparos e matou o policial, fugiu do local a pé e se escondeu em um matagal no bairro Bela Vista, na própria cidade.

À noite, um outro integrante da mesma facção ao qual pertencem os acusados, ao saber do ocorrido, determinou que um comparsa prestasse auxílio a Nivaldo, que foi resgatado do matagal, conseguindo escapar do cerco policial. Os acusados foram capturados posteriormente, assim como as armas usadas no crime.

Durante o julgamento, Nivaldo e Marcos Junio negaram a autoria, mas Edicarlos admitiu ter conduzido os dois comparsas de Várzea da Palma para Lassance, apesar de não identificá-los. Para a Justiça, não há dúvida da autoria do crime em razão do conjunto de provas apresentadas e do reconhecimento por parte das testemunhas.

“É certo que a condução do veículo ocorreu já de forma deliberada para a prática do crime, pelo que tinha conhecimento e anuiu em dar cobertura aos comparsas, assumindo, inclusive, o risco do efeito mais grave (morte), que acabou se consumando. Isso porque o referido réu tinha conhecimento do uso da arma de fogo pelos outros dois corréus, que já entraram na agência dos Correios com as armas em punho, conforme relato das testemunhas. Ademais, deflagrada a ação criminosa na agência, a despeito da saída súbita dos demais transeuntes e clientes, ele permaneceu na porta da agência, aguardando os corréus, quando foi abordado pela vítima Ghivelder”, diz a sentença.

Nivaldo Domingos foi preso em Várzea da Palma – Foto: Divulgação / PMMG

Ghivelder Marcio foi executado em Lassance – Foto: Divulgação / PMMG

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(Fonte: MPF/MG)

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