Ambientalista diz que Rio Doce estava quase morto antes da tragédia em Mariana

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Um grupo de estudiosos apresentou um trabalho que serviu para mostrar a atual situação da bacia hidrográfica do Rio Doce. Durante quase um ano, a equipe, formada por dois ambientalistas, um fotógrafo e um biólogo, percorreu mais de 30 mil quilômetros e registrou os problemas ambientais na bacia.

O ambientalista Alessandro de Sá comandou o trabalho, e destacou que, em toda extensão da bacia hidrográfica do rio, vários problemas envolvendo a falta de preservação ambiental foram identificados, entre eles a falta da manutenção da mata ciliar e o excesso de poluição e lixo em afluentes, que acabam caindo na calha principal do Rio Doce.

Para ele, o desastre de Mariana, que culminou no vazamento de rejeitos de mineração na calho do rio, foi um grande dano e gerou um gigantesco problema na bacia hidrográfica, porém, antes mesmo disso, o rio já estava em um processo que ele considera de “quase morte”.

“Infelizmente é o estado negativo que se encontra em toda bacia do Rio Doce. Ele é um rio historicamente muito importante para os estados de Minas Gerais e Espírito Santo, ele tem os seus pontos de formação bem distantes um do outro, e detectamos problemas desde a principal nascente, até onde ele deveria desaguar no oceano”, disse o ambientalista.

Ele comenta que muito antes do desastre de Mariana, o rio já estava com diversos problemas, e o maior deles seria em relação a quantidade de água. Durante um período, inclusive, o rio não conseguia chegará cidade de Regência no Espirito Santo, onde o rio deságua no oceano Atlântico.

“O Rio Doce nasce no município de Ressaquinha, através do rio Piranga. Neste local, que fica em uma fazenda, existe uma plantação de morangos, ou seja, o rio nasce em uma monocultura, o que é prejudicial”.

Para os ambientalistas, a recuperação do rio está diretamente relacionada ao tratamento das seis sub-bacias que compõe a bacia hidrográfica do rio em Minas Gerais. De acordo com eles, as sub-bacias dos rios Caratinga, Manhuaçu, Suaçuí Pequeno, Piracicaba, Santo Antônio e Piranga passam por graves problemas relacionados a poluição das águas, o que automaticamente compromete a recuperação do Rio Doce.

“A solução para o Rio Doce, certamente, é um trabalho que recupere seus seis principais afluentes que formam o Rio Doce em Minas Gerais. O rio já sofria com a decadência de águas muito antes do desastre de Mariana, e isso era um reflexo da decadência dos afluentes”, concluiu Alessandro.

O trabalho desenvolvido pelo grupo resultou em um Atlas, que deverá ser distribuído para alunos do ensino fundamental.

Encontro dos Rios do Carmo e Piranga (Foto: Ineísa Carla/Divulgação)

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(Fonte: G1 dos Vales)

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