Operação Hermes desmantela quadrilha especializada em roubo de cargas no Vale do Jequitinhonha

0

Um esquema desmontado pelas polícias Civil e Federal em Minas Gerais pôs fim a uma organização criminosa que usava a internet para espalhar por todo o Brasil produtos desviados de caminhões a serviço da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. O grupo, baseado em Medina, no Vale do Jequitinhonha, atuava desviando prioritariamente cargas que passavam pela BR-116 depois de partir do centro de distribuição dos Correios em Belo Horizonte, e que seguiriam para os consumidores em todo o estado da Bahia.

As investigações apontaram que os criminosos contavam com a facilitação de motoristas de pelo menos uma das empresas que prestam serviço de transporte aos Correios, segundo o delegado Thiago de Carvalho Passos, da Delegacia de Medina, e fontes da estatal. As mercadorias eram revendidas na própria cidade de Medina, mas também pela internet, usando consagrados sites de comércio eletrônico. Em um único mês, há indícios de 1,5 mil produtos desviados, totalizando um prejuízo de cerca de R$ 200 mil. Além disso, o bando também roubava outros tipos de carga. O dinheiro obtido nos ataques era usado para adquirir armas e fortalecer o tráfico de drogas na região, segundo a apuração.

Operação combate organização criminosa em Medina (Foto: Reprodução/WhatsApp)

A ofensiva para encerrar as atividades do grupo foi deflagrada ontem, com o lançamento da Operação Hermes. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) deu apoio, inclusive fornecendo caminhonetes que ficaram abarrotadas de produtos apreendidos, fruto de 42 mandados de busca e apreensão. 14 pessoas foram presas, sendo 12 homens e duas mulheres. O grupo não tinha um foco específico em um tipo de mercadoria, mas os eletrônicos em geral, como tablets, celulares e aparelhos de GPS, eram mais procurados, devido ao alto valor agregado. Segundo fontes dos Correios, foram descobertos produtos roubados e depois anunciados na internet por até 30% do valor de mercado. Os motoristas que facilitavam o esquema chegavam a ganhar até 10% do valor da nota fiscal por produto. Um dos desvios de maior vulto foi uma carga de 80 celulares modelo iPhone, da marca Apple.

Apesar de os caminhões serem rastreados dia e noite e acusarem qualquer abertura não programada no baú, os motoristas conseguiam burlar o esquema. Em um dos casos, eles aproveitavam paradas programadas para manutenção do sistema de rastreamento para liberar o acesso aos caminhões em postos de gasolina e pontos de parada em geral na BR-116. Em outra frente, eles inutilizavam o rastreador. Sem comunicação com a central, os ladrões escolhiam o que mais interessava e levavam para vender em Medina ou anunciar na internet. “Eles falavam que tinham sido assaltados, tentavam justificar registrando boletins de ocorrência. Chegou a um ponto em que eram muitos os casos, com 12 caminhões interceptados em um mês”, afirma o delegado Thiago Passos.

Operação combate organização criminosa em Medina (Foto: Reprodução/WhatsApp)

Reportagem da TV Leste



(Fonte: Estado de Minas/Guilherme Paranaiba)

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui