Miniboi vira animal de estimação em Timóteo, no Vale do Aço

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Diferente dos mais comuns animais domésticos, como os pássaros, cachorros e gatos, o estudante Igor Lucas, de 16 anos, optou por cuidar de um animal acostumado a viver em ambientes rurais. O miniboi, apelidado de Tufão, tem menos de um metro, e já faz parte da família do estudante há mais de dois anos, em Timóteo (MG).

Tudo começou quando Igor foi para roça, e se comoveu ao ver uma cena em que um fazendeiro iria abater ou doar um miniboi macho, recém nascido. O jovem timotense convenceu a mãe e conseguiu levar o animal para a casa.

“Lá na roça, eu fui tirar leite com um cara que mexe com vacas leiterias. Aí nasceu esse pequeninho aqui. E ele não mexe com macho, só com as fêmeas, para tirar leite. E o fazendeiro ia descartar ele. Na hora que eu vi ele, fiquei doido com ele, me apaixonei com ele. E falei para a minha mãe para me dar, para deixar eu trazer ele para casa”, relata Igor.

A mãe de Igor, Laudiceia Gonçalves, conta que o menino sempre foi apaixonado pela vida rural.

“Desde pequeno ele gosta de fazenda. A única festinha que eu pude escolher o tema foi a de dois anos, mas depois os temas foram sobre fazendinha, cavalos, rodeios. E rodeio na vida dele é tudo. Quando ele começou a montar, por ele ser de menor, tive que fazer uma autorização por escrito para ele competir. Senão ele ia para roça ficar montando em boi no pasto, muito perigoso”, revela Laudiceia.

No começo, a mãe do estudante não gostou muito da ideia de trazer o animal para dentro de casa.

“Eu imaginava, ‘como que eu vou cuidar de um boi dentro de casa’? Eu falava para o Igor que não tinha jeito, ‘depois eu compro um cachorrinho, um coelhinho ou uma calopsita para ele’. Aí ele implorava com uma carinha de dó”, relata a mãe de Igor.

Na tentativa em trazer o miniboi para dentro da residência, Laudiceia conta que o garoto tomou uma atitude inesperada para convencê-la.

“Tem uma frase chave que o Igor me disse, e que me convenceu. Ele falou assim – todos os adolescentes da minha idade estão preocupados em mexer com drogas e coisas ruins, e eu mexo com animal, com rodeio, com criações, com a natureza. Eu nunca vou me envolver com brigas em ruas e escola. Não vou ter tempo para isso. Vou ter tempo para cuidar apenas do meu Tufão- Eu pensei, ele me tocou”, conta a mãe de Igor Lucas.

Levar o Tufão para Timóteo (MG) não foi nada fácil, o estudante teve de preparar um pequeno curral nos fundos da casa, para o pequeno boi receber um tratamento de primeira.

“Trouxemos ele em uma caminhonete. Ele cabia dentro de um saco de ração e batia em meu joelho de tão pequenininho. E eu trouxe ele para a horta, onde era um curralzinho. Meu pai ajudava a dar leite. A princípio era para o Tufão ficar aqui em casa para apenas amamentar, mas aí fomos pegando amor com ele, e hoje ele não sai mais de casa”, disse o estudante.

Além de estudar, o jovem teve de começar a trabalhar para cuidar do animalzinho, que tem gerado um alto custo financeiro com ração e feno. “Essa foi um das propostas que eu fiz para o Igor. Eu falei para ele que, para o Tufão ficar aqui, ele teria de trabalhar e manter ele. E é muito engraçado, porque os coleguinhas do Igor o chamam para ir em uma festa, e o Igor responde – Eu tenho um filho para criar!-“, revela Laudiceia.

Tufão está com a família de Igor Lucas há mais de dois anos (Foto: Igor Lucas/Arquivo Pessoal)

Veterinário explica

O veterinário Odílio Teles alerta que para manter um bichinho desses dentro de casa tem que estar atento a alguns fatores.

“A pessoa que for cuidar tem que olhar a parte sanitária, a maneira de como ela despensa os dejetos do boi. Na maioria desses municípios, costuma ter um plano diretor, para auxiliar o criador desse tipo de animal rural em relação às vacinações e coleta de fezes. Às vezes, no caso do boi, tem que estar atento a questão do barulho, os vizinhos podem incomodar o boi como o barulho ou o animal pode incomodar os vizinhos. Não só apenas com a questão do barulho, mas também com o odor das fezes”, explica Odílio.

O especialista explica ainda que, se bem tratado, o animal não sofrerá nenhum tipo de trauma, independente do habitat onde o miniboi vive.

“Com o dia a dia, ele se torna um animal de estimação, e o comportamento do mini-boi vai se tornando cada vez mais dócil, podendo até adestrar o animal. Podemos perceber isso quando encontrarmos em pequenas e grandes fazendas um boi ou uma grande manada tendo um contato e obedecendo os humanos”, esclarece o veterinário.

Estudante teve de começar a trabalhar para cuidar do bovino (Foto: Igor Lucas/Arquivo Pessoal)

(Fonte: G1 dos Vales/Pedro Samora)

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