O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki, disse hoje (24/10/2016), em São Paulo, que “o jeitinho brasileiro facilita a desobediência e desautoriza o sistema”.
Ao fazer uma palestra a advogados, o ministro não comentou a Operação Lava Jato, mas criticou o “jeitinho brasileiro”. “Às vezes, as pessoas que obedecem a lei são taxadas pejorativamente. Em muitos casos, as pessoas têm vergonha de aplicar a lei. Isso é uma coisa um pouco lamentável porque isso quer dizer muito. O padrão civilizatório de um povo se mede pela capacidade de observar as normas naturalmente”, disse.
O ministro participou hoje do 3º Colóquio sobre o Supremo Tribunal Federal, promovido pela Associação dos Advogados de São Paulo, no centro da capital paulista.
Acúmulo de processos no STF
Ao final de sua palestra, respondendo a perguntas dos advogados, o ministro do Supremo comentou também sobre o grande número de processos acumulados no STF. Segundo ele, isso ocorre há quase 100 anos e é parte “da cultura de se recorrer sempre”´no país . Teori disse já ter se cansado de pensar em fórmulas para reduzir a quantidade de processos na Casa.
“O Supremo tem uma competência enorme, que precisa ser reduzida”, disse. “Desisto. Não tem solução. Lamento dizer que eu desisto. Nós precisaríamos, acho eu, pelo menos uns 200 ministros do Supremo. Na Itália, se não me engano, são mais de 200. Não sei se isso aqui no Brasil seria uma boa solução. Não tem como fazer milagres”.
O ministro do Supremo Tribunal Federal, Teori Zavascki, fala sobre Processo e Constituição, na Associação dos Advogados de São Paulo (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)
(Fonte: Agência Brasil)