A noite da última quinta-feira, 29 de setembro de 2016, já se tornou histórica em Capelinha (MG). O candidato a prefeito Tadeu Filipe Fernandes de Abreu, o Tadeuzinho (PSC), atraiu uma multidão até a Praça do Povo para o último comício de sua campanha. Pessoas de todas as idades declararam apoio ao jovem concorrente ao cargo de chefe do Executivo municipal, que foi chamado pelos adversários de “moleque”. A assessoria de Tadeu utilizou o termo como marketing e a campanha do jovem, hoje, conta com a adesão de pessoas que até então estavam indecisas quanto ao voto.
O “20” de Tadeuzinho provocou uma reviravolta na política deste ano: até a última segunda-feira (26/09) era possível afirmar que havia um empate técnico entre os três candidatos a prefeito: Zezinho, Edir e Tadeuzinho, com vantagem para Zezinho.
No final comício de ontem, a Polícia Militar precisou intervir no momento de saída de Tadeuzinho do palco: o candidato entrou em um carro, que foi cercado pela multidão, e só com ajuda da polícia conseguiu deixar o local, tamanha foi a manifestação de apoio ao jovem político.
Comício de Tadeuzinho na Praça do Povo (Foto: Jornal Local/Rosa Santos)
Aliados de Edir Neves pulam do barco
Um “fenômeno” que aconteceu também em relação ao candidato Tadeuzinho é a debandada de parte do grupo de Gelson Cordeiro, que estava na campanha de Edir Neves (PV). Nomes como o dos vereadores Roberval Pimenta (PDT) e Jailson Pereira (PSD), além de outros articulistas políticos ligados a Gelson, são citados em boatos na cidade como desertores de Edir.
Roberval disse que agora apoia Tadeuzinho e atribuiu sua saída do grupo de Edir ao áudio de uma conversa entre Gelson Cordeiro e Tadeuzinho, que circulou ontem no horário eleitoral de Zezinho e no Facebook. Segundo Roberval, o áudio teria sido vendido ao grupo da situação por um dos coordenadores da campanha de Edir. “Foi uma traição, resolvi me afastar do grupo porque achei muita falta de respeito com quem estava na campanha, como eu. Além de ter sido uma traição com o Edir. Não compactuo com isso”, afirmou Roberval em conversa com a reportagem do Jornal Local.
Já Jailson Pereira e também Paulinho Pimenta (PR), coordenador da campanha de Edir, preferiram não comentar o assunto.
Gelson afirma que nunca vai abandonar o 43
O ex-prefeito Gelson Cordeiro afirmou não ter abandonado a campanha e disse rechaçar as atitudes dos desertores e de quem passou o áudio para o grupo de Zezinho: “Essa conversa aconteceu bem antes de convidarmos o Edir para ser o nosso candidato, a partir do momento em que ele aceitou, fizemos e ainda estamos fazendo campanha para ele. Eu nunca vou abandonar o 43”, disse Gelson.
Em transmissões ao vivo, postadas ontem e hoje na página de Edir Neves no Facebook, o empresário e candidato a prefeito chamou, sem citar nomes, os desertores de “erva daninha”, e afirmou que “jamais renunciaria à campanha”. Edir pediu que “as pessoas íntegras” continuem o apoiando. Hoje de manhã, sua candidata à vice, Flávia Fernandes (PSL), também em vídeo na página da campanha, chamou de “oportunistas” as pessoas que “pulam de galho em galho.
Zezinho sofre derrotas na Justiça
A reportagem apurou que alguns apoiadores do grupo da situação política de Capelinha, antes presentes na campanha de Zezinho (PMDB) e Conceição (PSDB), se reuniram ontem com Tadeuzinho e declararam apoio político ao candidato, que tem como vice em sua chapa a educadora Dona Élida.
Zezinho da Vitalina, até então considerado o candidato mais forte, por ter nas mãos a máquina administrativa, sofreu duas derrotas na Justiça: em seu último programa eleitoral na rádio, e também nas páginas ligadas a ele no Facebook, foi divulgado o áudio da conversa que seria entre Tadeuzinho e Gelson Cordeiro. O texto que acompanhou o áudio deu a entender que Tadeuzinho havia feito um acordo político com Gelson, inclusive oferecendo a ele a cabeça de chapa do grupo em 2020.
Porém, após analisar o áudio, a juíza eleitoral da Comarca, Natália Discacciati determinou a interrupção imediata da divulgação do áudio, tanto na rádio quanto no Facebook. E ainda decidiu em favor de Tadeuzinho num pedido de direito de resposta, já que o texto do grupo de Zezinho que acompanhou o áudio o chamou de “candidato sem escrúpulo e sem moral”.
Como o horário eleitoral terminou ontem, Tadeuzinho ficou com as seis inserções, isto é, as divulgações, que eram de Zezinho na rádio. No direito de resposta, Tadeuzinho disse: “É o jogo sujo, é o desespero que toma conta dos que já sentem o cheiro da derrota”.
Outra determinação judicial que atingiu Zezinho é a interrupção da divulgação de uma pesquisa de intenção de votos, realizada pelo instituto CP2 – Consultoria, Pesquisa e Planejamento e registrada no site do TRE-MG (Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais). Esta semana, no programa de rádio, e também no Facebook, foi divulgado que Zezinho tem 35 pontos percentuais nas intenções de voto, e que: “os outros candidatos estão embolados”. Em sua sentença, a juíza informou que, por lei, a divulgação de pesquisa eleitoral precisa informar os números relativos a todos os candidatos a prefeito, e, por isso, determinou que a pesquisa não deve mais ser divulgada desta forma, tendo inclusive que ser retirada do Facebook.
Comício de Tadeuzinho na Praça do Povo (Foto: Jornal Local/Rosa Santos)
Comício de Edir Neves na Praça do Povo (Foto: Jornal Local/Rosa Santos)
Comício de Zezinho na Praça do Povo (Foto: Jornal Local/Rosa Santos)
(Fonte: Jornal Local/Rosa Santos)