O procurador aposentado do Distrito Federal e ex-prefeito de Unaí, no Noroeste de Minas, Saint’Clair Martins Souto, de 78 anos, e o filho Saint’Clair Diniz Martins Souto, de 38, procurador do Rio de Janeiro, foram assassinados. O duplo homicídio ocorreu em Vila Rica, a 1.276 quilômetros de Cuiabá (MT), na divisa com Pará e Tocantins.
Os corpos foram encontrados na manhã desta quarta-feira (14/09/2016). O caseiro e gerente da propriedade das vítimas, José Bonfim Alves Santana, de 42 anos, foi preso na noite desta terça-feira (13) em Colinas do Tocantins, no norte do estado, e confessou ter matado a dupla com uma arma de fogo, na manhã de sexta-feira. Segundo o delegado de Vila Rica, Gutemberg de Lucena, foi José Bonfim quem indicou o local onde estavam as vítimas.
Uma equipe da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) de Confresa, a 1.160 km de Cuiabá, foi até o local para fazer o procedimento de perícia na área onde os corpos foram achados. Após os trabalhos periciais, realizada nesta manhã, os corpos foram levados para uma funerária em Vila Rica.
Saint’Clair Martins Souto (esq) e Saint’Clair Diniz Souto (dir) – (Foto: Arquivo pessoal)
O crime
A investigação aponta que as vítimas foram mortas na manhã da última sexta-feira dentro da sede da fazenda. Pai e filho foram executados com um revólver calibre 38, sendo que o funcionário matou primeiro o pai.
Em seguida, José Bonfim chamou o filho para dentro da casa, falando que o pai dele havia sofrido uma queda, momento em que matou a segunda vítima. Depois, o suspeito arrastou os corpos para uma região de mata próxima a fazenda.
Com a quebra do sigilo bancário, a polícia descobriu que a movimentação financeira na conta do suspeito nos últimos meses era bem maior do que salário que ele recebia, de R$ 1,2 mil por mês. Ele foi capturado após fazer um saque em uma agência em Colinas do Tocantins.
Com o suspeito, os policiais apreenderam uma caminhonete, mais de R$ 5 mil e uma arma, que teria sido usada para matar os procuradores. O caseiro era funcionário da família há oito anos. Um desentendimento por causa da venda de gado teria motivado o crime.
“Ele cuidava de todo o gado da fazenda. O patrão dele ficava cinco meses sem ir ao local. Ele disse que fazia as vendas desse gado. Posteriormente, o patrão chegou a verificar que o dinheiro não estava sendo repassado para sua conta e que o gado estava diminuindo na fazenda e começou a cobrar dele”, afirmou a delegada da Polícia Civil do Tocantins, Olodes Maria Freitas.
Segundo o delegado de Vila Rica, na terça-feira uma equipe de policiais foi enviada para o Tocantins e deve levar o suspeito para Mato Grosso, onde será novamente interrogado. José Bonfim será levado por uma aeronave do Centro Integrado de Operações Aéreas (CIOPaer), ainda nesta quarta-feira.
Funcionário da fazenda confessou o crime (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
Apromat
Em nota, a Associação dos Procuradores do Estado de Mato Grosso (Apromat) manifestou condolências à família de Saint’Clair Martins Souto e Saint’Clair Souto.
“Lamentamos, em nome dos procuradores do estado de Mato Grosso, a perda irreparável de dois grandes profissionais, que engrandeceram a advocacia pública, com seu trabalho digno e retidão de caráter”, declarou a associação.
ALMG
A Assembleia Legislativa de Minas Gerais divulgou nota sobre a morte de Saint’Clair Martins Souto. “O procurador aposentado e ex-deputado estadual constituinte pelo PMDB, entre os anos de 1987 e 1991, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), Saint’Clair Martins Souto, foi assassinado, aos 78 anos, em Vila Rica (MT). O autor do crime foi o caseiro da família e a motivação seria um desentendimento por causa de venda de gado.
O filho do ex-deputado, Saint’Clair Souto, de 38 anos, também foi morto, na fazenda que fica a 1.276 km da capital Cuiabá. Eles estavam desaparecidos desde a última sexta-feira (9) e os corpos foram encontrados nesta quarta-feira (14).
Saint’Clair Martins Souto era advogado e nasceu em Unaí (Noroeste de Minas), onde foi prefeito entre os anos de 1977 e 1983. Na ALMG, foi vice-presidente da Mesa Executiva, suplente da Comissão Constitucional e membro efetivo das Comissões de Ciência e Tecnologia e de Constituição e Justiça.
Não há informações oficiais sobre horário e local do velório e enterro do ex-deputado constituinte e seu filho.”, diz a nota oficial divulgada pela ALMG.
Corpos estavam em pastagem perto de fazenda (Foto: Assessoria/Polícia Civil de MT)
Corpos estavam em pastagem perto de fazenda (Foto: Assessoria/Polícia Civil de MT)
Saint’Clair Martins Souto (dir) e Saint’Clair Diniz Souto (esq) – (Foto: Arquivo pessoal)
(Com informações do G1 MT e ALMG)