Na primeira olimpíada na América do Sul, a torcida brasileira deixou clara sua sinceridade em relação aos atletas. Quando gostava de alguém, a torcida vibrava e praticamente adotava o competidor. Já quando não gostava, não perdia a oportunidade de mostrar descontentamento.
A seguir, conheça alguns dos atletas que mexeram com o coração dos brasileiros ou que os torcedores gostariam de ver bem longe.
Atletas que amamos:
1) Usain Bolt, o “raio” jamaicano
Muito mais do que um atleta, Bolt é um showman. Simpatia em pessoa, o jamaicano já tinha vindo ao Rio de Janeiro em 2014 e 2015, onde participou do desafio mano a mano contra corredores brasileiros. Se naquela época ele já conquistou o coração dos cariocas, nesta Olimpíada ele conquistou o Brasil.
A prova maior que o brasileiro o adotou foi quando Bolt abriu um largo sorriso na final dos 100 metros rasos com direito a memes nas redes sociais.
(Foto: Kai Pfaffenbach/Reuters/Agência Brasil)
2) Simone Biles, humildade em pessoa
A americana Simone Biles da ginástica encantou o mundo. Não é a toa que os brasileiros também caíram no charme da atleta, principalmente quando Biles reconheceu que a sua medalha de bronze deveria ter ido para a brasileira Flavia Saraiva, nosso xodó tupiniquim.
(Foto: Volker Minkus/FIG/Agência Brasil)
3) Novak ou simplesmente Djoko
Bastou um duelo contra a Argentina no tênis para que o servio Novak Djokovic ganhasse a torcida brasileira. Gritos de “Eiro, eiro, Eiro, Djoko é brasileiro” e “Olha que maneiro, Djokovic é brasileiro”, pipocaram na torcida.
E o amor foi mútuo. O sérvio adotou munhequeiras verde e amarelas e a raqueteira com a frase “Boa Sorte”. Após a disputa, Djoko reconheceu que poucas vezes sentiu tanto apoio da torcida e chegou a chorar após a derrota por, segundo ele, por ter decepcionado os brasileiros.
(Foto: Carine06/flickr/Creative Commons/Agência Brasil)
4) Pita Nikolas Aufatofua ou seria “o atleta besuntado do Tonga”?
Na cerimônia de abertura, o lutador de Taekwondo Pita Nikolas Aufatofua chamou atenção da plateia brasileira pelo excesso de óleo no corpo. Pita Nikolas disse, em entrevista a BBC, que passou óleo de coco no corpo porque faz parte da vestimenta tradicional do seu país e que eram assim que seus ancestrais iam a guerra há 200 anos. Seja como for, o atleta conseguiu fazer o brasileiro descobrir um pouco mais sobre o Tonga, essa pequena ilha localizada ao norte da Oceania.
(Foto: Reuters/Stoyan Nenov/Agência Brasil)
5) Teresa Almeida ou simplesmente “Bá”
“Ah, a Bá…”. A goleira de handebol de Angola foi a principal razão para que os brasileiros passassem a torcer pela seleção angolana na modalidade. Os gritos de “ão, ão, ão, Bá é paredão!” e “A Bá é melhor que o Neymar” foram constantes nas partidas que disputou.
Excelente goleira, ela tem 1,70 m, pesa 98 kg, é bastante segura do seu corpo e casa no final do ano. Também já deixou bem claro que não se preocupa em emagrecer para entrar no vestido.
A atleta contou que sua ligação com o Brasil é antiga e que ganhou o apelido de “Bá” por causa da novela brasileira Sinhá moça. Nesse folhetim televisivo havia uma babá negra que se chamava Bá. Como ela era a única menina da família, colocaram este apelido.
(Foto: Marko Djurica/Reuters/Agência Brasil)
Atletas que não não agradaram tanto assim:
1) Renaud Lavillenie ou “o francês da prova da vara”
Em uma disputa apertada com os norte-americanos da natação, Renaud Lavillenie conquistou o primeiro lugar no ranking de atleta mais odiado pelos brasileiros nas olimpíadas. Ao perder a disputa para o brasileiro Thiago Braz, ele reclamou da torcida local e comparou os brasileiros com os nazistas nos Jogos de Berlim. “Em 1936, a multidão estava contra Jesse Owens. Não vimos isso desde então. Temos que lidar com isso”, disse Lavillenie, medalhista de ouro em Londres 2012.
O francês chegou a se desculpar pela comparação, mas manteve as críticas às vaias. As desculpas não foram suficientes. Ao subir ao pódio para receber a medalha de prata, Lavillenie foi novamente vaiado e chorou.
(Foto: Reuters/Dominic Ebenbichler/Agência Brasil)
2) Lochte, Bentz, Conger e Feigen ou “os nadadores vandalistas americanos”
Eles saíram da Vila Olimpíca e foram beber, passaram da conta e vandalizaram um posto de gasolina. Até aí o brasileiro seria capaz de perdoar. O problema foi quando os nadadores inventaram a mentira de que foram assaltados por policiais brasileiros. Após serem desmascarados por imagens de câmeras de segurança, eles se desculparam. O Comitê Olímpico Americano também soltou uma nota pedindo desculpas pelas atitudes dos nadadores.
(Foto: Reuters/Ueslei Marcelino/Agência Brasil)
3) David Segal, o jornalista do New York Times que criticou o biscoito Globo
Segal não criticou apenas um petisco, mas um dos itens que o cidadão do Rio de Janeiro considera como símbolo máximo de carioquice: o Biscoito Globo. As redes sociais se revoltaram e criaram a #somostodosbiscoitoglobo. Teve quem defendesse que o problema foi de contexto: o pacotinho foi feito para ser degustado junto com mate com limão, na beira da Praia do Arpoador, antes de aplaudir o pôr do sol.
(Foto: Creative Commons – CC BY 3.0 – Biscoito Globo – Divulgação)
4) Hope Solo e a Zika
A goleira da seleção norte-americana conseguiu o feito de ser odiada antes mesmo dos jogos começarem. É que enquanto arrumava a mala para o Rio de Janeiro, postou uma foto com máscara contra mosquitos e um repelente, seguidas da mensagem: “Não vou dividir isso aqui! Arrume o seu! #ÀProvaDeZika #EstradaParaORio.” O resultado veio em todas as partidas da seleção norte-americana, onde se ouvia os gritos de “olê olê olê olá, zika zika” e de “ôôô zika!” , além de vaias constantes dirigidas à goleira.
(Foto: Creative Commons – CC BY 3.0 – Hope Solo – Instagram Oficial)
5) Islam El Shehaby, o egípcio que se recusou a apertar a mão de israelense após derrota
Após ser derrotado por Or Sasson, atleta de Israel, o egípcio recusou-se a apertar a mão do adversário. Ao final do confronto, quando Sassom aproximou-se para cumprimentá-lo, El Shehaby recuou. A atitude foi imediatamente vaiada pelo público presente na Arena Carioca 2 e criticada pelo Comitê Olímpico Internacional.
(Foto: Toru Hanai/Reuters/Agência Brasil)
(Fonte: Agência Brasil)