O novo Circuito Turístico da Cachaça no Território Norte de Minas Gerais iniciou a busca pela certificação de reconhecimento estadual. Em reunião junto à Secretaria de Estado de Turismo (Setur), representantes locais e membros analisaram os caminhos para a oficialização da estratégia, já iniciada informalmente, para maior valorização do produto autêntico da identidade mineira.
No encontro de planejamento, explica a diretora de Planejamento das Políticas de Turismo da Setur, Flávia Ribeiro, “foram feitos esclarecimentos e alinhamentos técnicos específicos de cada área”.
Além disso, ao final foi elaborado um levantamento das possibilidades de atuação em conjunto por equipe, com foco na instituição definitiva do circuito. A ideia, segundo Flávia, é trabalhar para que o circuito seja capaz de fortalecer o produto e, ainda, criar uma conexão local, assim como ocorre, por exemplo, com a tequila (reconhecidamente mexicana) e a vodka (russa).
Para tanto, a Setur propõe que as ações sejam monitoradas pela Diretoria de Planejamento das Políticas de Turismo, que já é a responsável pela articulação e mobilização do circuito, seus municípios e áreas técnicas.
“A diretoria irá dar o suporte técnico para auxiliar a equipe do novo circuito, para que tenha êxito na obtenção do certificado de reconhecimento”, aponta Flávia. “Foi traçado um planejamento de ações em conjunto entre a diretoria e a equipe do circuito, tendo como objetivo a obtenção da certificação já no primeiro semestre de 2017”, sinaliza.
A partir de agora, o trabalho da equipe está focado em quatro tópicos: elaboração dos demais documentos técnicos exigidos para a certificação, como o Planejamento Estratégico do Circuito e documentos jurídicos que formalizam a associação dos municípios ao circuito; inventário turístico dos municípios do Circuito Turístico da Cachaça; orientação sobre o papel turístico de cada município associado ao circuito; e a estruturação da sede do Circuito Turístico da Cachaça.
Salinas, Novorizonte, Santa Cruz de Salinas e Taiobeiras, entre outros municípios do Território Norte, já estão entre os integrantes do Circuito Turístico da Cachaça. Além deles, outras cidades com grande potencial na produção de cachaça também podem fazer parte. De acordo com a Secretaria de Estado de Turismo, a possibilidade será discutida junto às prefeituras nos próximos meses.
Museu da Cachaça, em Salinas (Foto: Divulgação/Prefeitura de Salinas)
Certificação
O Certificado de Reconhecimento dos Circuitos Turísticos está previsto no Decreto Estadual nº 43.321/2003 e, por meio da Resolução Setur n° 45 de 2014, possui critérios para o reconhecimento e exercício dos mesmos.
Para requerer o certificado, o circuito deve, entre outros critérios, possuir pelo menos um ano de existência formal, ser constituído por, no mínimo, cinco municípios mineiros de uma mesma região, bem como ser uma entidade sem fins lucrativos.
Conforme informações da Setur, uma vez reconhecido oficialmente, o circuito passa a representar uma instância de governança regional do turismo, Dessa forma, torna-se apta para a execução da Política de Regionalização do Turismo do Estado de Minas Gerais.
Potencial
Segundo dados da diretoria de Pesquisa, Informação e Estatística da Setur, o turismo no Circuito da Cachaça, no ano de 2014, foi responsável por 10,2% do total de estabelecimentos formais da região e por 5,3% do total de empregados formais dos municípios do circuito.
Além disso, entre os anos de 2013/2014 o número de estabelecimentos ligados à atividade turística no Circuito da Cachaça cresceu 5,9%. Já o número de empregados aumentou 15,1%. Os dados foram extraídos da Relação Anual de Informações (RAIS) do Ministério do Trabalho.
Circuitos mineiros
Segundo a Secretaria de Estado de Turismo, Minas Gerais conta com inúmeros Circuitos Turísticos que visam ao fortalecimento da identidade e gastronomia mineira. Um exemplo é o Circuito Veredas do Paraopeba.
“Por meio de parcerias públicas e privadas, vem fortalecendo o turismo e a gastronomia em seus municípios associados, com o desenvolvimento de importantes eventos que já compõem o calendário oficial de eventos do estado. Brumadinho Gourmet e Igarapé bem Temperado são alguns deles”, reforça Flávia Ribeiro, lembrando também as parcerias com os receptivos locais para a oferta de roteiros gastronômicos.
Outro destaque é o trabalho dos Circuitos Integrantes da Rede de Cooperação Técnica para Roteirização Integrada dos Circuitos Pico da Bandeira, Rota do Muriqui e Mata Atlântica de Minas, que trabalham no projeto de implementação do Roteiro Integrado ‘Sabores e Natureza’.
“O roteiro busca agregar a questão gastronômica, alinhada à interação com a natureza, envolvendo a visita a fazendas rurais, produtores de biscoitos, de queijo, comunidades próximas às áreas das reservas florestais e parques da região”, complementa a diretora. (Agência Minas)