Às vésperas de fazer uma semana de lançamento no Brasil, o aplicativo “Pokémon Go” já é sucesso absoluto, principalmente entre as gerações mais jovens. O game está disponível para os mestres pokémons tupiniquins desde a última quarta-feira (03/08) e, em Montes Claros, a aglomeração nos “ginásios” e PokéStops impressiona a quem ainda não entendeu do que se trata a nova febre tecnológica.
O jogo usa da tecnologia chamada de realidade aumentada, o que significa dizer que consegue misturar elementos fictícios com a vida real. Assim, os monstrinhos aparecem nas câmeras dos celulares de quem sai pelas ruas para procurá-los, como se estivessem mesmo fazendo parte daquele ambiente. “Pokémon Go” usa dados de navegador de GPS para espalhar pokémons, que são os bichinhos a serem capturados, PokéStops, lugares para repor pokébolas e outros itens do jogo, e “ginásios”, locais de duelos entre os monstros.
Se ainda há alguma dúvida de que a mania Pokémon tem se multiplicado por Montes Claros, a estudante Júlia Lima comprova a sensação do jogo. Ela administra um grupo nas redes sociais com quase 60 participantes, que trocam dicas de jogo e marcam encontros para duelar e capturar mais monstrinhos. “A ideia de um colega do colégio foi reunir as pessoas que são fãs do jogo, e deu muito certo. Nós trocamos dicas de localização dos PokéStops, de onde ficam os pokémons mais raros, combinamos de jogar juntos. Já reunimos um grupo de mais de 10 pessoas na Praça da Matriz, e foi muito bom”, afirma a estudante.
Movimento no comércio
Alguns pontos comerciais de Montes Claros têm conseguido aproveitar o fluxo de pessoas capturando pokémons para aumentar as vendas. Uma lanchonete localizada na Rua Santa Maria, no Bairro Todos os Santos, virou um PokéStop sem que os donos tivessem feito qualquer cadastro. Uma galeria de quadros de parede que fica no local aparece nos mapas dos jogadores.
No começo, o empresário André Maia se assustou com a quantidade de carros parados em frente ao local e de pessoas com celulares, mas quando entendeu do que se tratava, percebeu que poderia alavancar as vendas. “O movimento na porta da lanchonete aumentou muito. Na sexta e sábado, pós-lançamento do jogo, o movimento me impressionou. Alguém me disse que minha parede tinha virado um PokéStop e eu não entendi nada. Perguntei a um rapaz que estava lanchando com o celular aberto na tela do jogo, aí ele me explicou”, conta André.
O comerciante observou que o faturamento cresceu cerca de 30% desde que o estabelecimento virou alvo de treinadores de monstrinhos. “Economicamente, para nós a chegada do PokéStop foi extremamente positiva. Aumentamos muito as vendas esta semana. Agora as pessoas demoram mais na lanchonete, então nosso problema passam ser as mesas”, brinca o comerciante.
Outros pontos de vendas que se tornaram PokéStops também comemoram a chegada do aplicativo. Déborah Jordane é dona de um bar que fica na Rua Raul Corrêa, no Bairro Funcionários. Ela também não conhecia o game, mas adorou a novidade e tratou de disponibilizar tomadas para conseguir atender aos jogadores com seus carregadores de celular.
“Eu não sabia que a pintura da nossa parede poderia atrair tanta gente. Achei, no início, que as pessoas estavam tirando fotos do bar, fiquei sem entender. Quando um cliente me explicou, observei que o movimento de carros que param aqui em frente é absurdo. Comprei várias extensões para todo mundo ficar plugado nos carregadores; foi um pequeno investimento que compensou muito. Tem gente vindo todos os dias para o bar, vários clientes novos passaram a frequentar e as vendas aumentaram mais ou menos 20%”, comemora a empresária.
Cuidados para jogar
Órgãos oficiais, como a Cemig e Polícia Militar, têm feito alertas para que os jogadores de “Pokémon Go” tomem cuidado quando estiverem vidrados no jogo. A PM orienta que as pessoas não deixem os smartphones expostos, por conta dos altos índices de assalto. Pede, ainda, que os usuários tomem cuidado ao atravessar as ruas e prestem atenção para não violarem espaços privados. A Cemig também divulgou um comunicado expondo os riscos de jogar próximo da rede elétrica e dentro de subestações de energia.
Jogadores se reúnem nas praças de Montes Claros (Foto: Caio Sindeaux/Arquivo Pessoal)
(Fonte: G1 Grande Minas)
Isso pra min é coisa demoníaca.