‘Explosivos’ de ‘homem-bomba do exame da OAB’ eram balas de gengibre

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O homem que ameaçou explodir uma bomba na Unijorge, em Salvador, onde seria realizada a prova da OAB, estava com balas de gengibre presas ao corpo. A informação foi confirmada pela Secretaria de Segurança Pública da Bahia na noite deste domingo (24/7).

Por causa da ameaça, o exame da ordem em Salvador foi cancelado. Frank Oliveira da Costa se entregou à polícia por volta das 16h50. Segundo testemunhas, o homem já tentou o exame da OAB 11 vezes.

De acordo com a SSP-BA, não foram encontrados artefatos explosivos ou armas de fogo com o rapaz. Após depoimento no Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco), Frank Oliveira foi levado para exame de corpo de delito no Departamento de Polícia Técnica (DPT). Ele será liberado em seguida.

Segundo a SSP-BA, ele foi autuado com um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO), quando não tem potencial ofensivo, pois não foi encontrado nenhum explosivo ou arma com o rapaz. Ele vai responder crime com base no artigo 41 da Lei das Contravenções Penais por provocar alarme anunciando perigo existente capaz de produzir pânico ou tumulto. Frank Oliveira pode pegar de 15 dias a seis meses de prisão.

A Unijorge informou por meio de nota que Frank Oliveira da Costa cursou direito há 10 anos na instituição, entre os segundos semestres de 2000 e 2006. De acordo com a universidade, o histórico escolar de Frank é de um aluno de conduta regular, sem qualquer registro de incidente durante o período de curso.

Homem simulou bomba com baladas de gengibre presas ao corpo (Foto: Divulgação)

Negociação

A rendição ocorreu quatro horas após início da confusão e com a chegada do advogado Marcos Melo, que foi contratado pela família do suspeito. Segundo o coronel do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE), Paulo Coutinho, o motivo da ameaça seria o fato de o homem não ter passado no exame anteriormente e estar frustrado.

O coronel ainda afirmou que o rapaz aparentava ter problemas mentais e já tem um processo contra a OAB. As duas sacolas que estariam com as supostas bombas tinham apenas roupas, segundo o coronel do Bope.

A SSP-BA ainda informou que o homem passou por atendimento médico e depois foi encaminhado ao Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco), onde é ouvido. Segundo a polícia, informações preliminares dão conta de que o caso se trata de um fato isolado, sem conexões com terrorismo.

Ameaça de bomba

Uma ameaça de bomba interrompeu e suspendeu a prova da OAB na Unijorge, que fica na Avenida Paralela, em Salvador, por volta das 12h40 deste domingo. De acordo com a assessoria da instituição, um homem ameaçou explodir o local. A situação causou pânico e correria. A polícia informou que não houve feridos.

De acordo com a SSP-BA, o suspeito ficou isolado em uma sala até a rendição. O grupo antibomba da Polícia Federal chegou a ser acionado e esteve no local.

Segundo Fabrício de Castro Oliveira, Conselheiro Federal da OAB na Bahia, o homem teria entrado em uma sala e pedido para os candidatos saírem em 11 minutos, pois estava em posse de uma bomba pronta para explodir.

Neste domingo é realizada a primeira fase do exame da Ordem dos Advogados do Brasil em todo o país. A presidente da comissão do exame da OAB na Bahia, Beta Norma, informou que 3,4 mil pessoas iriam fazer a prova na Unijorge, 6 mil na Bahia.

Pânico e confusão

O agente penitenciário Jorge Magno relatou que chegou a conversar com suspeito. “Ele estava em uma sala do lado da minha, fui lá e tentei conversar com ele, disse ‘rapaz, vamos conversar’, e ele disse: ‘você tem 12 minutos para deixar o prédio’. Não vi bomba, mas ele estava com duas sacolas e quando eu tentava me aproximar, ele colocava a mão na sacola, então preferi sair”, disse o candidato.

O jornalista Alex Soares estava no local à espera da esposa que estava dentro da universidade para fazer a prova. “Ela disse que pediram para todos [os candidatos] deitarem no chão e chegou uma informação de que um homem estava com bomba no corpo”, disse.

A candidata Suzane Senzano relatou que algumas pessoas ficaram feridas na confusão. “Eu estava no 5° andar. Estava em frente à minha sala quando ouvi um barulho alto. Todo mundo começou a correr. As pessoas foram pisoteadas. Fui correndo para o lado de fora. Me escondi em um condomínio aqui do lado [da universidade]. Perdi algumas coisas que estavam na minha bolsa, as pessoas me empurraram na escada, na hora não senti nada, só saí correndo”, disse. Não há informações oficiais sobre feridos.

De acordo com um outro candidato que preferiu não se identificar, o homem que estaria com bombas amarradas ao corpo estava na sala ao lado da dele. “Na sala ao lado tinha um cara com um colete, com bombas amarradas e armado. Disseram que outras pessoas armadas estavam com ele também. Nessa confusão, ele abriu a camisa e deu tiro na sala. Ele ainda colocou cadeira e mesa para atrapalhar a saída das pessoas. Foi a maior correria”, contou. A polícia não confirma a ocorrência de tiros no local.

Segundo Luiz Viana, presidente da OAB-BA, uma nova data será marcada para a realização do exame em Salvador.

“A prova está suspensa em Salvador. Vai ser marcada uma nova data garantindo a todos a fazer uma nova prova com tranquilidade. O mais importante é que estão todos do lado de fora e ninguém ficou ferido. A nova data vai ser publicada no site da OAB nacional e no regional”, disse. A OAB ainda não informou os detalhes da nova prova que será realizada para os candidatos de Salvador.

Por meio de nota, a Unijorge informou que o prédio 1 do campus Paralela é frequentemente alugado para realização de provas e concursos. Nessas ocasiões, o locatário assume na totalidade a operação do espaço, sendo responsável por limpeza, acesso, segurança, dentre todas as outras atividades necessárias para o pleno funcionamento do local. Segundo a instituição, esta é a primeira vez que é registrado um incidente do tipo.

(Fonte: G1 BA/Danutta Rodrigues)

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