A equipe Minas Quad Rugby, de Belo Horizonte, conquistou de forma invicta, em Guarapari, no Espírito Santo, o Campeonato Brasileiro de rúgbi em cadeira de rodas. Nessa terça-feira (12/7), o secretário de Estado de Esportes, Carlos Henrique, recebeu o atleta e presidente do time, Marcel Cardoso, que apresentou-lhe o troféu da competição e o trabalho desenvolvido pela agremiação.
Único clube da modalidade no estado, o Minas Quad Rugby foi fundado em 2013 após os jogadores se desligarem da equipe da qual faziam parte. Atualmente, o time conta com 20 atletas, do quais 12 participaram da campanha vitoriosa em terras capixabas.
O desempenho no Campeonato Brasileiro contribuiu para que quatro integrantes do time – Guilherme Camargo, Davi Abreu, Júlio Cézar e Julierme Augusto – estivessem presentes na Seleção Brasileira que está pré-convocada para os Jogos Paralímpicos Rio 2016. O técnico do Minas Quad, Rafael Botelho, também comanda a equipe nacional.
“O rúgbi é uma forma de inclusão de pessoas com deficiências severas, que não têm muitas opções para praticar atividades físicas. É um esporte que tem o poder de impactar na vida dos seus adeptos”, contou Marcel.
Em maio, o time conquistou a 2ª Copa Bebedouro, no município do interior de São Paulo, e, recentemente, participou do Campeonato de Penápolis, também no território paulista. A equipe se prepara agora para outra competição em Vila Velha, no Espírito Santo.
Segundo Marcel, o clube está aberto para novos atletas que se interessarem pela prática da modalidade. “Quem quiser conhecer o rúgbi em cadeira de rodas, participar dos treinos e, quem sabe, virar um atleta, basta nos procurar. Posso garantir que me tornei outra pessoa desde que passei a praticar o esporte”.
Os treinos do Minas Quad Rugby são realizados de segunda a sexta-feira no Centro de Referência Esportiva para Pessoa Portadora de Deficiência (Av. Nossa Senhora de Fátima 2.283 – Bairro Carlos Prates), em Belo Horizonte.
História da modalidade
O rúgbi em cadeira de rodas nasceu na década de 1970, em Winnipeg, no Canadá, e foi desenvolvido por atletas tetraplégicos. No entanto, a modalidade só foi nos Jogos Paraolímpicos de Atlanta-1996, como esporte de demonstração. A estreia oficial ocorreu quatro anos depois, nos Jogos de Sydney-2000, no qual os Estados Unidos conquistaram a medalha de ouro, deixando a Austrália com a prata e a Nova Zelândia com o bronze.
Assim como no rúgbi convencional, a modalidade para cadeirantes tem muito contato físico. São quatro atletas em cada equipe, que contam ainda com 8 reservas cada. Os jogos ocorrem em quadras de 15m de largura por 28m de comprimento e têm 4 períodos de 8 minutos. O objetivo é passar da linha do gol com as duas rodas da cadeira e a bola nas mãos.
O curioso do rúgbi em cadeira de rodas é que ele não é dividido por gênero. Homens e mulheres jogam juntos em uma categoria mista. Estão aptos a disputar a modalidade atletas que sejam comprovadamente tetraplégicos, que são divididos em classes de acordo com a habilidade funcional.
Secretário de Esportes recebeu o presidente do time (Foto: Renata Silva/SEESP)
(Agência Minas)