Polícia conclui inquérito sobre assassinato de professor durante festa de formatura em Montes Claros

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A Polícia Civil concluiu o inquérito sobre o assassinato de André Felipe Colares, assassinado em uma festa de formatura do curso de Medicina da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), na sexta-feira (01/07). A investigação apontou que a morte foi provocada por degola, e que o autor, um menor de 17 anos, não deu chances de defesa à vítima. Detalhes sobre o caso foram repassados em coletiva de imprensa nesta sexta-feira (08/07).

“O golpe foi desferido com o autor sobre as costas da vítima. A marca do golpe mostra da direita para a esquerda. Posteriormente há cortes, de uma garrafa, da esquerda para a direita, o que demonstra que o autor deu os primeiros golpes pelas costas. Os outros golpes foram dados pela frente, possivelmente com a vítima já no chão”, diz o delegado responsável pela investigação, Ranieri Marcondes.

Para a PC, o autor do crime e a vítima se conheceram no jardim de onde era realizada a festa, e se deslocaram para um escritório consensualmente. “A perícia não revela se os dois mantiveram relação sexual, mas isso não descarta que eles tiveram algum tipo de carícia. Diante do tipo de relatos dele, dá a entender que os dois foram até o escritório para um encontro amoroso, um encontro mais íntimo”, explica o delegado.

A motivação apontada durante a investigação é que após o contato amoroso, o autor tenha se arrependido. “Acredito que houve um desentendimento entre eles após carícias amorosas. Uma possível ressaca moral”, diz Marcondes.

Outro ponto descartado na investigação, de acordo com o delegado, foi a primeira versão dada pelo menor, de que teria sido abusado sexualmente por André Colares. “Dentro do contexto deste crime, o autor se mostrou muito passivo. Diante da compressão física dele em relação à vítima, não teria como a vítima ter usado de violência contra ele, até mesmo porque este menor se diz lutador de jiu-jitsu”.

André Felipe Vieira Colares é ex-aluno da Unimontes (Foto: Reprodução / Facebook)

Internação preventiva

O menor foi internado Centro Socioeducativo Nossa Senhora em Montes Claros (Cesensa). O período inicial desta internação é de 45 dias, mas a Promotoria da Vara da Infância e Juventude em Montes Claros deve pedir a internação definitiva, que pode se estender em até três anos.

“A autoria, não há dificuldade nenhuma em comprová-la. Ele já confessou por três vezes de forma categórica. Na próxima semana estaremos com ele em audiência de apresentação dele em juízo. Assim colheremos confirmações e até alterações que ele queira fazer sobre suas confissões”, explica a promotora de Justiça da Infância e Juventude, Valmira Alves Costa.

Para a promotora, o menor se mostra bem adaptado ao ambiente do Cesensa. “O primeiro contato que o Ministério Público teve com ele foi através de uma promotora plantonista, e ela informou que o menor estava bastante abalado. Entretanto, com o acompanhamento, as Informações que tive sobre ele dentro do Centro Socioeducativo é que se mostra tranquilo e bastante extrovertido”, diz a promotora.

Menor confessou o crime em depoimento (Foto: Cida Silva/Arquivo Pessoal)

Entenda o caso

André Felipe Colares foi encontrado morto dentro do banheiro de local onde era realizada a festa de formandos de medicina da Unimontes, na sexta-feira (1º). Inicialmente, a Polícia Militar foi acionada para averiguar um suposto abuso sofrido por um menor, participante da festa.

Quando os militares chegaram ao local, foram informados sobre o assassinato. O menor foi apreendido e, posteriormente, levado para o Centro Socioeducativo Nossa Senhora Aparecia.

(Fonte: G1 Grande Minas/Valdivan Veloso)

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