Polícia procura empresário foragido da Operação Mar de Lama

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A Mar de Lama tenta localizar Thiago Vieira do Prado, o único foragido da maior força-tarefa da atualidade no estado – 14 pessoas estão atrás das grades e duas cumprem prisão domiciliar. Sócio-administrador da Construtora Vieira Prado, ele foi indiciado pelo crime de corrupção ativa, podendo ser condenado a 12 anos de prisão, segundo o artigo 333 do Código Penal, por oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público.

Os investigadores não têm pistas do paradeiro do empresário. “Temos certeza, porém, que ele não está em Valadares”, informou um investigador da força-tarefa. A construtora dele tem contrato com o Saae para a execução de canais de barragem para captação de água, levantamento de muro de arrimo e recuperação de passeios danificados em razão de obras específicas. O valor anual gira em torno de R$ 400 mil.

Telefonemas monitorados pela Justiça revelam que Vilmar Rios, um dos acusados de fazer parte da rede de corrupção, pede a um interlocutor que pegue a propina com Thiago. “Entrou mais um negócio ‘pro’ Thiago. Você podia ver com ele, lá pra mim, que eu vou viajar quinta-feira. E vê se ele não adianta pra mim”.

A delação premiada de Jefferson Lima, um dos agentes públicos que desviava dinheiro do Saae, esclareceu aos promotores do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) como a construtora fraudava contratos com ajuda de agentes públicos.

Na prática, um funcionário do Saae elaborava as planilhas dos custos das obras a serem realizadas. De posse das informações, a licitação era publicada e um membro do grupo negociava com a empresa que a organização desejava que saísse vencedora. O integrante do grupo combinava com o empresário que a firma não faria todo o serviço previsto na licitação.

Em razão disso, a firma oferecia um valor menor que as concorrentes. Ao Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), o delator informou que um agente do Saae “conversava com a empresa que ele queria que ganhasse (a licitação), dizendo que faria um prospecto de, por exemplo, quatro mil serviços de tapa-buraco em um ano, mas, na verdade, só seria demandado dois mil serviços”. E continuou: “O valor que a empresa receberia a mais, ela teria uma margem para abaixar o preço de sua proposta e, ao mesmo tempo, pagar o percentual do pessoal envolvido”.

(Fonte: Estado de Minas / Repórter: Paulo Henrique Lobato)

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