Pela internet, estudantes trocam experiências sobre cursos superiores a distância, pedem e dão indicações das melhores instituições e cursos. Um estudo divulgado pelo Sindicato das Mantenedoras de Ensino Superior (Semesp) mostra que a internet tem sido um meio pelo qual os estudantes conversam e também discutem o método de ensino utilizado pelas instituições. Por meio de vídeos, blogs e sites especializados formam-se comunidades específicas de educação a distância (EaD).
De acordo com o Ministério da Educação (MEC), a educação a distância vem registrando crescimento de 18% ao ano em número de matrículas. O último Censo da Educação Superior, de 2014, mostra das 1,2 milhão de matrículas na modalidade à distância, o equivalente a 90% dos cursos de EaD são em instituições privadas.
O estudo, feito a partir de comentários e publicações na internet feito pela Semesp em parceria com a Folks Netnográfico, analisou a conversa de mais de 500 pessoas em 79 sites de pesquisa, entreblogs, fanpages, fóruns de discussão e canais do YouTube. Além disso, foram feitas cinco entrevistas por telefone com alunas e ex-alunas de EaD que estão compartilhando suas experiências por meio de vídeos na web.
O estudo analisou as experiências trocadas na rede e concluiu que os cursos a distância são necessários pois conseguem chegar a um público que não teria como estudar de outra maneira, seja pela falta de tempo, seja porque não há instituições de ensino superior na região onde moram. No entanto, alguns cursos ainda precisam se aprimorar. A oferta de cursos de má qualidade aumenta o preconceito dos estudantes em relação à modalidade.
“O que a gente viu de interessante é que o aluno é diferente, coloca como conquista pessoal conseguir concluir um curso EaD e considera essa a única opção para ele”, diz o diretor executivo do Semesp, Rodrigo Capelato. “Eles também reclamam de vários modelos de oferta. Sabemos que há modelos ruins, que se restringem quase a apostilas eletrônicas. Os estudantes também elogiam alguns modelos, principalmente quando são mais próximos do curso presencial, com aulas ao vivo e não gravadas, e possibilidade de interação”.
A comunicação em rede, segundo Capelato, torna os estudantes mais exigentes e a pesquisa serve de referência para as instituições verem o que eles buscam. Uma das questões observadas, de acordo com ele, é que os alunos tendem a elogiar os cursos quando há um bom pólo presencial, quando são bem tratados, quando têm que recorrer ao local físico da instituição.
Dicas
“A educação à distância é basicamente você e o computador, a plataforma. Primeiro você tem que dominar a plataforma. E cada instituição tem um jeito. No geral, a EaD é difícil porque você tem que correr atrás, e você acaba fazendo só o básico”, diz a estudante Juliana Palma no canal do Youtube De Menina a Mãe.
Com quse 10 mil seguidores, Juliana recomenda: “Procure instituições confiáveis, pesquise, não vá porque ela é mais barata ou mais fácil, procure coisas de qualidade, se o MEC [Ministério da Educação] aprova, procure saber e ter informações”.
Os cursos EaD exigem organização e a questão tem sido compartilhada online. No blog Vida Organizada, a especialista em organização pessoal Thais Godinho dá algumas dicas. “Tenha uma agenda para anotar os compromissos e datas relacionadas ao seu curso. Dependendo do que você estiver estudando, pode ser necessário entregar atividades diariamente ou diversas vezes por semana. Sem um controle desses prazos, você poderá se perder e deixar de entregar trabalhos”.
Thais também recomenda que os estudantes explorem os recursos oferecidos pela instituição. “Seu curso pode ser online, mas você pode utilizar a biblioteca presencial para emprestar livros ou estudar em períodos de dificuldades de concentração em casa”, diz. (Agência Brasil)