Gols, expulsões, discussões dentro e fora de campo, virada e participação decisiva de De Arrascaeta. Todos esses ingredientes apimentaram o clássico deste domingo (12/6), no Independência, pela sétima rodada do Campeonato Brasileiro. O primeiro tempo, marcado pelo equilíbrio, terminou empatado por 1 a 1 – Rafael Carioca abriu o placar para o Atlético e Alisson deixou tudo igual. Na etapa final, o clube celeste fez 2 a 1, com Riascos, mas logo viu o Galo buscar a reação com o estreante Fred. No decorrer do segundo tempo, o “peixinho” de Bruno Rodrigo colocou a Raposa em vantagem, porém houve muito drama até o apito final de Marcelo Aparecido de Souza. Num bate-boca entre os rivais, Bryan e Marcos Rocha foram expulsos. Até aí tudo bem, pois cada equipe continuava com nove jogadores na linha. Mas o Cruzeiro quase colocou sua vantagem a perder no momento em que Lucas e Romero também receberam cartões vermelhos. A vitória cruzeirense só ocorreu graças à brilhante atuação de De Arrascaeta, que, além de participar dos três gols, foi responsável por prender a bola no campo de ataque e infernizou a vida da defesa alvinegra.
Com o resultado, o Cruzeiro chegou à 14ª colocação, com oito pontos, e empurrou o Atlético para a zona de rebaixamento. No primeiro superclássico sob o comando do português Paulo Bento, o clube celeste superou o alvinegro pela terceira vez consecutiva como visitante no Horto. As duas vitórias anteriores ocorreram pela nona rodada da primeira fase do Estadual de 2016 (1 a 0) e no turno do Brasileiro de 2015 (3 a 1). Na próxima quarta-feira, às 21h45, a Raposa receberá o Flamengo, no Mineirão.
Já o Atlético, ainda sem vencer sob o comando de Marcelo Oliveira (quatro empates e duas derrotas), caiu para o 17º lugar e tentará se recuperar fora de casa, contra o Internacional, no Beira-Rio. A partida diante do Colorado ocorrerá na quinta-feira, às 19h30.
Clássico disputado no Independência (Foto: Bruno Cantini / Atlético)
O jogo
O mistério sobre as escalações das equipes foi desvendado uma hora antes da partida. No Atlético, Marcelo Oliveira confirmou o atacante Fred entre os titulares, manteve o jovem Gabriel na defesa e optou por Patric na lateral esquerda. No Cruzeiro, Paulo Bento substituiu Willian por Riascos e definiu Alisson como substituto do lesionado Robinho. Quando a bola rolou no Independência, o Galo propôs o jogo, enquanto o time celeste se resguardou na defesa à espera de um erro do adversário. A estratégia cruzeirense parecia a ideal se não fosse uma falta boba cometida pelo lateral-direito Lucas no atacante Carlos, fora da disputa por bola. Na execução do tiro livre, Rafael Carioca chutou rasteiro e contou com desvio na barreira para comemorar o gol aos 13min: 1 a 0. Mas a torcida alvinegra mal teve tempo para festejar. Cinco minutos depois, De Arrascaeta driblou Leonardo Silva, foi à linha de fundo e cruzou rasteiro em direção a Alisson, que ganhou de Gabriel e empatou o clássico: 1 a 1.
Na sequência do primeiro tempo, o Atlético continuou com a posse da bola e o Cruzeiro seguiu apostando num equívoco para contra-atacar. Num desses lances, o time celeste quase virou o jogo, aos 30min: em erro de passe de Patric, De Arrascaeta recuperou a bola e deu ótimo lançamento para Elber, que, livre de marcação, tentou tocar por cobertura e parou em grande intervenção de Victor. Aos 37min, o Galo criou boa oportunidade pelos pés de Marcos Rocha, que driblou Bryan e deixou Patric sozinho para chutar a gol. O camisa 29, contudo, acabou traído pela posição do volante Júnior Urso, que “tirou” a bola de endereço certo. Já no fim da etapa inicial, Bryan recebeu de Riascos, soltou a bomba de fora da área e só não virou para o Cruzeiro porque Victor fez boa defesa.
Na saída de campo, os autores dos gols aprovaram os primeiros 45 minutos no Horto. “Um jogo equilibrado. As melhores chances foram nossas. No clássico, a gente sabe que é detalhe. Em uma desatenção, eles fizeram o gol”, opinou o volante Rafael Carioca. “Eles fizeram um gol que a bola pegou em todo mundo e entrou. Nosso gol foi trabalhado. Estamos fazendo um grande jogo”, observou o meia Alisson. No intervalo, Marcelo Oliveira modificou a configuração alvinegra ao trocar Júnior Urso por Carlos César. Patric foi adiantado para a ponta esquerda. Paulo Bento, por sua vez, manteve a formação celeste para o segundo tempo.
Quando as equipes ainda “esquentavam o motor” na etapa complementar, o Cruzeiro virou o jogo numa grande jogada de De Arrascaeta que terminou em finalização de Riascos: 2 a 1. Foi o primeiro gol do colombiano pela Raposa, justamente contra o adversário pelo qual ficou marcado por perder um pênalti decisivo na Copa Libertadores de 2013, quando defendia o Tijuana, do México. Mas, tal como no primeiro tempo, o Atlético não deixou por baixo e empatou aos 10min com o estreante Fred, que recebeu assistência de voleio de Patric e confirmou ser pé quente em estreias: 2 a 2.
Logo depois da igualdade, houve tumulto entre jogadores atleticanos e cruzeirenses. O motivo: um “chega pra lá” do zagueiro Gabriel para cima de Arrascaeta. Houve empurra-empurra e o árbitro Marcelo Aparecido de Souza expulsou Marcos Rocha e Bryan. Numa discussão paralela, Fred e Henrique foram amarelados por causa de um chinelo atirado das cadeiras do estádio. Enquanto o atacante alvinegro tentou ocultar da arbitragem, o meio-campista azul queria mostrar o ocorrido a Marcelo Aparecido.
Sem Bryan, Bento recorreu ao meia Allano para ocupar a lateral esquerda. Assim que o substituto de Alisson pisou em campo, aos 16min, De Arrascaeta cobrou falta no segundo poste e Bruno Rodrigo mergulhou de peixinho, fazendo o terceiro do Cruzeiro: 3 a 2. A reação do rival fez Marcelo Oliveira buscar alternativa do banco de reservas: Clayton entrou no lugar de Robinho com o objetivo de dar mais velocidade ao jogo. Já Paulo Bento se viu obrigado a retirar de campo o já exausto Elber. Bruno Ramires foi acionado para preencher o meio-campo e segurar o ataque atleticano.
Disposto a buscar contra-ataques, o Cruzeiro preparava sua última substituição, mas teve que mudar os planos por causa da expulsão do lateral-direito Lucas, aos 32min. Em vez de Willian, foi o zagueiro Fabrício Bruno quem entrou no lugar de Riascos. O Atlético, que já tinha mais posse de bola e estava totalmente no campo de ataque, partiu para o tudo ou nada, mas encontrou a Raposa totalmente inspirada em seu campo de defesa e disposta a encaixar algum contragolpe com De Arrascaeta. Já nos acréscimos, Romero deu carrinho por trás e levou vermelho direto. Contudo, não houve tempo para que o Galo conseguisse ao menos o empate contra o arquirrival, que venceu pela terceira vez seguida o clássico disputado no Horto.
Fotos
Clássico disputado no Independência (Foto: Bruno Cantini / Atlético)
Clássico disputado no Independência (Foto: Bruno Cantini / Atlético)
Clássico disputado no Independência (Foto: Bruno Cantini / Atlético)
Clássico disputado no Independência (Foto: Bruno Cantini / Atlético)
(Fonte: Super Esportes / Repórter: Rafael Arruda)