Cruzeiro e América empatam no Mineirão

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Compactado na defesa e por vezes perigoso nos contra-ataques, o América esteve perto de conseguir sua primeira vitória ao abrir o placar contra o Cruzeiro aos 28min do primeiro tempo, em lance de oportunismo do atacante Victor Rangel. Porém, o time celeste se mostrou aguerrido, brigou até os últimos minutos e garantiu a igualdade aos 36min da etapa complementar, em chute do uruguaio De Arrascaeta. No fim das contas, o empate por 1 a 1 no movimentado “clássico da pressão” disputado na tarde deste sábado (28/5), no Mineirão, não foi nada bom para os dois clubes, que continuam sem vencer no Campeonato Brasileiro e permanecem na briga contra a zona de rebaixamento, com dois pontos cada.

Tanto Cruzeiro quanto América perderam Paulo Bento e Givanildo Oliveira para as próximas partidas. Aos 48min do segundo tempo, os dois técnicos se envolveram em discussão por causa de uma suposta falta de “fair play” do português, que mandou os jogadores celestes não devolverem a bola ao Coelho por uma suposta “cera” do meia Rafael Bastos. Imediatamente após o bate-boca, o árbitro Dewson Fernando Freitas da Silva expulsou os treinadores.

Assim, o Cruzeiro deverá ser comandado pelo assistente Ricardo Peres na próxima quarta-feira, às 21h45, contra o Botafogo, no Mané Garrincha. Já à frente do América na partida de quinta-feira, às 19h30, contra a Ponte Preta, no Independência, estará Cláudio Prates.

Cruzeiro e América empatam no Mineirão (Foto: Washington Alves / Light Press / Cruzeiro)

O clássico

O mau momento de Cruzeiro e América refletiu nas arquibancadas. Pouco mais de 11 mil pagantes prestigiaram o clássico deste sábado. Vindo de derrota por 4 a 1 para o Santa Cruz, o clube celeste efetuou mudanças em seu sistema defensivo. O lateral-direito Lucas, em função de muscular, e o zagueiro Bruno Rodrigo, por opção técnica de Paulo Bento, deram lugar a Federico Gino (volante improvisado) e Leo. Já Givanildo Oliveira, que se mostrou satisfeito com a atuação da equipe diante do Vitória – apesar do empate por 1 a 1 –, manteve os 11 iniciais da última quarta-feira.

Os jogadores do Cruzeiro foram distribuídos no 4-4-2 com o losango de agrado de Paulo Bento no meio-campo – Henrique à frente da defesa, Bruno Ramires no lado direito, Ariel pela esquerda e De Arrascaeta adiantado. O América, por sua vez, utilizou o esquema 4-2-3-1, com Danilo e Rafael Bastos funcionando como “pontas”. O duelo foi aberto nos primeiros minutos. Aos 10min, Arrascaeta fez fila na intermediária do campo de ataque e chutou forte, mas por cima. O Coelho respondeu logo na sequência, quando Danilo soltou uma bomba de pé esquerdo e obrigou Fábio a se esticar para defender.

Aos 15min, o grito de gol ficou engasgado na garganta do torcedor cruzeirense. Bruno Ramires deu passe açucarado nas costas do zagueiro Sueliton e deixou De Arrascaeta livre para finalizar. O uruguaio, porém, assustou-se com a saída arrojada de João Ricardo e errou ao concluir o lance. Durante todo o primeiro tempo, o Cruzeiro propôs o jogo e teve mais posse de bola. Mas a linha defensiva do América, que em alguns momentos mostrou Leandro Guerreiro como terceiro zagueiro, tentou se fechar como pôde.

A estratégia de Givanildo Oliveira de marcar forte e esperar um descuido do rival surtiu efeito aos 28min. Numa bola rebatida pela defesa azul, Xavier fez lançamento longo, De Arrascaeta afastou mal e mandou no pé do lateral-direito Hélder. O cruzamento do camisa 2 resultou em desvio de Artur e batida forte do empenhado Victor Rangel, que vem se firmando a cada dia com a 9 do Coelho: 1 a 0. A partir dali, a Raposa intensificou suas ações ofensivas e chutou ao menos quatro vezes a gol, mas viu João Ricardo aparecer brilhantemente aos 43min, numa bola em que Willian finalizou sem qualquer marcação de dentro da grande área, para garantir a vitória parcial americana. Quando Dewson Fernando Freitas da Silva encerrou o primeiro tempo, a torcida do Cruzeiro, insatisfeita com a campanha irregular do time na temporada’2016’ soltou o verbo contra o presidente Gilvan de Pinho Tavares.

Jogo quente

Paulo Bento recorreu a Douglas Coutinho para tentar mudar o cenário da partida. O camisa 14 voltou para o segundo tempo no lugar de Federico Gino, com Bruno Ramires sendo deslocado para a lateral direita. O Cruzeiro passou a jogar no 4-3-3, enquanto o América manteve sua base. Mas qualquer troca seria inexpressiva se o time não recuperasse a paciência de seu torcedor. A cada ataque malsucedido, vaias e mais vaias no Mineirão. Bom para o Coelho. Por isso, Paulo Bento resolveu escutar os torcedores, que gritaram o nome de Robinho, e colocou o camisa 19 no lugar de Ariel Cabral. Dois toques na bola e um lançamento que quase resultou no gol de empate foram suficientes para Robinho colocar fogo no jogo. Já o América foi obrigado a substituir Victor Rangel, que saiu de campo mancando, por Bruno Sávio, aos 16min.

Tal como ocorreu nos 45 minutos iniciais, o Cruzeiro atacou mais no segundo tempo. Aos19min, Willian perdeu outra boa chance, parando mais uma vez em intervenção milagrosa de João Ricardo. Foi a gota d’água para Paulo Bento chamar o colombiano Riascos do banco de reservas. Givanildo Oliveira também mexeu no América: o lateral-direito Hélder e o meia Tiago Luís deram lugar ao zagueiro Roger e ao volante Juninho. Estava claro que o Coelho queria se defender no restante da partida. Isso chamou o time cruzeirense ainda mais para o ataque, até que, aos 36min, Robinho deu assistência para De Arrascaeta deixar tudo igual no Mineirão: 1 a 1. Nos últimos instantes, os técnicos Paulo Bento e Givanildo Oliveira se envolveram em discussão no banco de reservas e acabaram expulsos por Dewson Fernando Freitas da Silva.

(Fonte: Super Esportes / Repórter: Rafael Arruda)

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