De volta ao Caminho dos Diamantes, o Tour da Tocha recomeça em Datas nesta quarta-feira (11/5) e, em seguida, passa pela tricentenária Serro, um dos destinos mais aguardados do revezamento olímpico em território mineiro. Antes de chegar a Governador Valadares, a caravana faz mais uma parada em Guanhães, cidade que guarda fortes marcas do período colonial brasileiro.
Governador Valadares está aos pés do Pico do Ibituruna, majestosa formação rochosa e cartão-postal da cidade. Diariamente, praticantes do voo livre colorem o céu da cidade com asas deltas e parapentes. A previsão é de que a Tocha Olímpica salte do Pico do Ibituruna e sobrevoe o Vale do Rio doce de parapente.
De volta ao Caminho dos Diamantes
Datas é a primeira cidade do percurso. Conhecida pela produção de morangos, a cidade – que leva o nome da autorização concedida pelo império, à época, para a liberação do garimpo de ouro – encanta com a Igreja Matriz do Divino Espírito Santo, construída em meados do século XIX pelo arquiteto francês Félix Quizard.
Outra marca da cultura local são os ofícios artesãos que trazem a identidade local e as influências das culturas portuguesas e afro-indígenas. Em Datas, a madeira se transforma em pombas entalhadas, revestidas por pequenas penas. O centro Cultura e Vida no Vale, na zona rural, é exemplo do resgate dos grupos de viola e corais, mantendo viva também as bandas civis, que tradicionalmente abrilhantam os encontros populares.
História tricentenária
O Alto Jequitinhonha possui um dos principais pontos de ancoragem da memória de Minas Gerais, com a salvaguarda de monumentos históricos e culturais. Tudo tem início com a tricentenária Serro, a primeira cidade inscrita pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) na lista do patrimônio histórico brasileiro, em 1938.
Destino obrigatório no Serro é o sobrado do século XVIII, que abriga o Museu Regional Casa dos Ottoni. Recentemente agraciado com uma garça de bronze criada, em tamanho natural, pelo Mestre Valentim para embelezar um chafariz do Rio de Janeiro no século XVIII, o museu conserva ainda objetos coloniais e peças sacras da família Ottoni.
Queijo tipo exportação
O queijo está entre as iguarias mineiras mais apreciadas. O modo de preparo do queijo no Serro é patrimônio da região, do estado e do Brasil. As tradições, condições climáticas e os microrganismos típicos da região determinam o sabor úmido, ácido e inconfundível, responsável por levar o nome da cidade mundo afora.
Além das fazendas do Serro abrirem suas porteiras para a visita dos curiosos pela produção artesanal do queijo e da cachaça, festivais potencializam a variedade da gastronomia típica. Entre eles, o Festival Gastronômico de Cuiabá (Gouveia), Festival do Frango Caipira e Tira em Tira de São Gonçalo do Rio das Pedras (Serro) e o Festival Diamantina Gourmet.
Em meio aos campos rupestres do Serro estão várias localidades aconchegantes onde podem ser praticados esportes de aventura, como Milho Verde, São Gonçalo do Rio das Pedras, Capivari e Capelinha.
Legado tropeiro
Uma das figuras mais emblemáticas da Estrada Real e da história colonial brasileira foram os tropeiros. Nos séculos XVIII e XIX expedições de tropeiros – condutores de tropas de cavalo ou mulas que atravessaram extensas áreas levando gado e mercadorias – desbravaram o sertão brasileiro e foram responsáveis pela interiorização do país.
As expedições duravam meses e, ao longo das rotas, foram criadas trilhas, estradas, ranchos, povoados e fazendas, como as encontradas em ótimo estado de conservação no meio rural de Guanhães, vide o Sítio de Candonga. A visita às fazendas e ao Museu do Tropeiro, em Ipoema, é obrigatória para quem quer conhecer um pouco mais sobre o tropeirismo da região.
O parque da Serra do Candonga abriga cerca de 20 nascentes e plantas típicas da flora brasileira, como sucupira, jacarandá, ipê, quaresmeira e canela. Além da mata nativa, o parque preserva uma fazenda histórica e as chamadas bocas de minas, locais de onde eram extraídos ouro durante o período colonial.
Céu multicolorido
Governador Valadares está aos pés do Pico do Ibituruna, majestosa formação rochosa e cartão-postal da cidade, que fica a 1.123 metros acima do nível do mar. Graças às térmicas – movimento de ar quente que estabelece condições favoráveis ao voo de aeronaves sem motor – a imponente pedra negra é considerada uma das melhores plataformas do mundo para a prática de esportes radicais. Diariamente, praticantes do voo livre colorem o céu da cidade com asas deltas e parapentes (paragliders).
A predominância do sol na maior parte do ano credencia o Pico do Ibituruna a sediar a primeira etapa do Campeonato Brasileiro de Asa Delta e ser rota obrigatória de esportistas estrangeiros.
É frequente avistar no céu valadarense atletas dos Estados Unidos, Japão e Austrália, por exemplo, que desembarcam no território em busca de aventura nos ares calorosos da cidade. De quebra, podem avistar, do alto, o Vale do Rio Doce. Um convite à contemplação.
Aventure-se
O Pico do Ibituruna é apenas um dos incontáveis atrativos do Circuito Turístico Trilhas do Rio Doce. Tendo como elemento central o Rio Doce (com cerca de 850 quilômetros de extensão, seu curso representa a mais importante bacia hidrográfica totalmente incluída na região Sudeste), o circuito turístico é o destino recomendado para os amantes dos esportes de aventura.
Além do voo livre, o cachoeirismo, o rapel, a escalada, o montanhismo, o trekking, o mountain bike e o off road estão entre as atividades mais procuradas.
O próprio Pico do Ibituruna oferece condições para a prática do rapel, escalada e trekking. Já no distrito de Santo Antônio do Pontal está a cachoeira Véu da Noiva. Com 35 metros de queda d’água, é uma excelente opção para a prática do cachoeirismo.
Cidade olímpica
Nem só de esportes de aventura vive o Vale do Rio Doce. Está instalado em Governador Valadares um dos centros de treinamento credenciados para receber atletas no período de preparação para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos.
A Estação Conhecimento é um moderno e amplo complexo esportivo de 50 mil metros quadrados, que contempla pista de atletismo, área de arremessos, saltos e lançamentos, piscinas de 25 metros e campo de futebol com medidas oficiais. O complexo integra ainda lanchonete, restaurante e salas para usos diversos (musculação, multimídia, reunião, descanso, entre outras finalidades).
Outra opção de espaço para prática de atividades físicas muito visitada por valadarenses e turistas é o ao Calçadão da Ilha dos Araújos. Com cerca de 4,8 quilômetros de extensão, o local contorna a ilha e tem ciclovia, intensa arborização e é propício à prática de esportes ao ar livre. (Agência Minas)