Na quarta-feira, 23 de março, o Carnegie Hero Fund Commission homenageou 24 pessoas em todos os Estados Unidos. Cada um deles recebeu a “Medalha Carnegie”, concedida em reconhecimento pelos seus atos heroicos. Esta homenagem é oferecida a quem arrisca a sua vida para salvar ou tentar salvar outras pessoas. Três dos premiados morreram durante o desempenho de seus feitos.
Entre os homenageados está o mineiro Ronaldo J. Freitas, que em março de 2015 salvou uma jovem que estava presa em um veículo em chamas. Ele disse que não esperava tal premiação e que fez tudo pelo instinto. “Eu vi o carro pegando fogo e alguém dentro dele. Não pensei duas vezes e fui ajudar”, lembra.
Ronaldo é natural de Governador Valadares e na época se tornou o principal assunto da mídia norte-americana em Massachusetts. Ele salvou a mulher, vítima de um grave acidente de trânsito, ocorrido no dia 20 de março do ano passado, na interseção da McGrath Highway com a Medford Street e Highland Avenue.
Ronaldo foi homenageado com a Carnegie Medals Awarded? (Foto: Reprodução)
Um ano depois do feito, ele ainda se lembra do ocorrido e cita que pelo menos quatro veículos foram envolvidos e um deles ficou totalmente destruído depois de pegar fogo e explodir. Várias pessoas ficaram feridas e só não teve morte, porque o brasileiro teve a coragem de tomar a frente e salvar uma das vítimas que estava desmaiada e presa no interior do carro.
Ronaldo relatou como aconteceu o momento do acidente e o seu ato, que ele não considera ser heroico. “Eu apenas agi conforme meu instinto e em momento algum pensei em ter este título”, afirma.
O valadarense lembra que estava em seu veículo, junto com a esposa, levando o filho para a high school de Somerville (Massachusetts). “Eu coloquei meu carro na pista da esquerda e de repente surgiu um carro em alta velocidade na faixa direita que bateu em dois carros. O primeiro veículo que foi atingido pegou fogo”, fala.
Neste momento, Ronaldo abriu a porta de seu carro e correu em direção ao veículo. Ele viu que uma jovem estava desacordada no interior do veículo. O mineiro tentou abrir a porta do lado do motorista, mas não conseguiu. “O interior do carro também estava em chamas e havia muita fumaça”, lembra.
Foi então que ele viu um vidro da janela traseira do lado do passageiro quebrado. Ele enfiou a mão e destravou a porta. Mas aí teve outra dificuldade, pois a mulher estava presa ao cinto de segurança. O brasileiro a chamou, mas ela não respondeu e então ele destravou o cinto com certa dificuldade e sem pensar no protocolo de primeiros socorros, retirou a vítima rapidamente do veículo e a levou para a calçada, com a ajuda de uma terceira pessoa.
Poucos instantes depois que chegou à calçada e acomodou a vítima, o veículo explodiu. “Foi uma cena de cinema. Eu vi peças do carro voarem para cima e uma chama enorme esquentar o ar”, fala ressaltando que todos ficaram esperando a polícia e os bombeiros chegarem.
Depois do acidente, o brasileiro ainda não teve contato com a jovem, mas já foi informado por um canal de televisão que os pais dela, que moram na Florida, querem falar com ele. “Eu tenho desejo de vê-la novamente para saber como ela está”, continua.
Ronaldo mora nos Estados Unidos há 18 anos e trabalha na área de construção civil. Ele mora em Somerville com a esposa e um filho. Ele tem outro filho, de 22 anos de idade, que mora na Florida.
Ronaldo foi homenageado com a Carnegie Medals Awarded? (Foto: Reprodução)
Ação provida por Deus
Ronaldo afirma que foi tudo uma ação provida por Deus, pois não é costume ele levar o seu filho à escola. “Normalmente é a minha esposa que o leva e neste dia eu disse que iria junto para que ela não precisasse voltar em casa para me pegar”, explica. Para ele, se apenas a sua esposa estivesse no veículo, com certeza ela não iria conseguir salvar a vítima do acidente.
O mineiro explica que o carro estava muito quente, havia fogo por todos os lados, muita fumaça. “Eu não pensei nas consequências e o que poderia ter acontecido comigo. Somente depois que vi as imagens é que me dei conta que o carro poderia ter explodido enquanto eu estava lá”, fala.
Ronaldo ressalta que a única coisa que pensou foi em salvar a jovem. “Muitos me perguntam o que eu pensei na hora e eu respondo que não pensei nada, apenas corri em direção ao carro quando percebi que havia uma pessoa dentro dele”, afirma.
Superman
Ronaldo recebeu o título de herói, dado pelas emissoras de TVs norte-americanas, mas ele disse que não se considera assim e que fez apenas o que sua consciência mandou. “Mas na igreja que eu frequento e meus amigos brincam comigo me chamando de Superman e He Man”, afirma.
(Fonte: Brazilian Times)
Se fosse um ilegal (cidadão ilegal; imigrante) eles podiam dar cidadania para o ele como forma de gratificação.