O brasileiro está vivendo uma situação dramática: apesar da inflação no país oficialmente ter atingido uma marca elevada, próxima a 11%, sabemos que, na prática, os alimentos subiram muito mais e para agravar a situação, a maioria dos brasileiros não estão conseguindo aumentos nos salários para repor estas perdas ou pior, estão perdendo seus empregos. Desta forma podemos afirmar que muitas famílias no Brasil estão passando por uma situação dramática. Diante desta nova realidade, o orçamento familiar deve ser reestruturado e repensado sobre em que realmente deve-se investir nas questões alimentares. Investir em produtos de absoluta necessidade de ser adquirido, por exemplo, o arroz. Alimento obrigatório na mesa do brasileiro e praticamente insubstituível. Plantar arroz, colher, trilhar, polir, não tem jeito de ser feito em casa. O que se pode fazer no supermercado é optar pelo arroz de qualidade que esteja mais em conta ou organizar um grupo de pessoas e colegas para adquirir no atacado e, desta forma, comprar o produto a um preço mais barato. O mesmo poderíamos falar do feijão, leite, macarrão, óleo, dentre outros produtos. Mas nos hortigranjeiros é que a coisa fica mais complicada com aumentos muito superiores a inflação. Com o preço de um quilo de tomate nos dias atuais pode-se comprar três quilos de feijão ou cinco quilos de arroz ou três de macarrão. Será que na atual situação econômica poderemos trocar o arroz e o feijão pelo tomate, batata, pimentão, beringela, jiló e outros produtos? Com o orçamento curto, acredito que não, mas são produtos que fazem falta na mesa do brasileiro para aquela salada, ou ensopado.
Na atual conjuntura econômica devemos nos desvencilhar do nosso famoso comodismo. Ir no supermercado e apenas escolher o produto e colocar na embalagem é prático e rápido mas pesa no orçamento. Devemos cultivar o hábito de cultivar. Vasos, cantoneiras, pequenos pedaços de terra, tudo pode ser utilizado na produção de alimentos. Tomate, alface, couve, berinjela, jiló, pimentão, dentre outros produtos da horta sao de fácil cultivo, que crescem rapidamente e que produzem muito e de forma contínua, além de ser uma atividade muito prazerosa. Até mesmo a batata pode ser cultivada no seu quintal. E não podemos nos esquecer das frutas como manga, mamão, goiaba, jaca, laranja, tangerina, acerola e outras que podem ser plantadas no quintal. Além de todo dinheiro que você irá economizar, você ainda terá produtos frescos e saudáveis diariamente, sem agrotóxicos, fará uma terapia diária e poderá distribuir os excedentes produzidos aos parentes e vizinhos, melhorando os relacionamentos interpessoais.
Devemos investir na prática saudável de produzir alimentos em casa. Se antes faltava o estímulo, agora nós temos. O dinheiro sumiu, a crise bate a porta dos brasileiros e o valor dos alimentos disparou. Faça isto por você, pela sua família e pelo seu bolso.
Quem é Alexandre Sylvio Vieira da Costa?
– Nascido na cidade de Niterói, RJ;
– Engenheiro Agrônomo Formado pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro;
– Mestre em Produção Vegetal pela Embrapa-Agrobiologia/Universidade Federal Rural do
Rio de Janeiro;
– Doutor em Produção Vegetal pela Universidade Federal de Viçosa;
– Pós doutorado em Geociências pela Universidade Federal de Minas Gerais;
– Foi Coordenador Adjunto da Câmara Especializada de Agronomia e Coordenador da
Comissão Técnica de Meio Ambiente do CREA/Minas;
– Foi Presidente da Câmara Técnica de eventos Críticos do Comitê da Bacia
Hidrográfica do Rio Doce;
– Atualmente, professor Adjunto dos cursos de Engenharia da Universidade Federal dos
Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Campus Teófilo Otoni;
– Blog: asylvio.blogspot.com.br
– E-mail: alexandre.costa@ufvjm.edu.br