O rio de Piracicaba, que corta a região do Vale do Aço, está prestes a transbordar e atingir comunidades nas cidades de Coronel Fabriciano, Timóteo, João Monlevade e Antônio Dias, que já estão em alerta. A situação faz lembrar o trecho da música de Tião Carreiro e Pardinho: “O rio de Piracicaba vai jogar água pra fora quando chegar a água dos olhos de alguém que chora”, mas ao invés de lágrimas, foram as águas das fortes chuvas que tomaram conta da região no último fim de semana que fizeram com que o rio subisse três metros acima do seu nível normal.
A usina Guilman Amorim, em Antônio Dias, apresentou às 9h desta segunda-feira (18) o volume de água de 490 metros cúbicos por segundo, ultrapassando o limite de alerta, que é de 440 metros por segundo. Já a usina de Sá Carvalho, na mesma cidade, começou a fluir com um volume de 500 metros cúbicos por segundo às 11h45, quase chegando ao nível de inundação, que é de 520 metros por segundo.
Ao todo, são cinco usinas hidrelétricas na região que estão sendo monitoradas pela Defesa Civil. “Com a prevalência das chuvas e a previsão de que elas devem continuar pelo menos até quarta-feira, o rio provavelmente vai transbordar até o fim do dia. Estamos monitorando os pontos de cheia ao longo do rio e o local onde mais chove é justamente a cabeceira do rio”, explica o chefe da Defesa Civil de Coronel Fabriciano, Irnac Valadares da Silva.
Para aumentar a vazão do rio e minimizar os riscos, foram abertas uma comporta na barragem de Jacuí, outra na barragem de Brechá e quatro na barragem de Sá Carvalho. Ainda conforme a Defesa Civil, deve ser aberta ainda hoje uma comporta da barragem de Guilman Amorim.
Por causa do aumento na vazão da água, causado pela abertura das comportas, comunidades das cidades citadas foram avisadas na noite de domingo (17) pelo órgão e estão em alerta. Em Coronel Fabriciano, por exemplo, 20 famílias no bairro Manoel Domingos, outras 25 famílias no bairro Dom Helvécio e os moradores do bairro Mangueiras estão em risco.
Volume de água na manhã desta segunda-feira em Coronel Fabriciano (Foto: Patrícia Belo / G1)
(Fonte: O Tempo)