Imagine ganhar na loteria e, sem querer, jogar o bilhete premiado no lixo? Foi exatamente isso que aconteceu com o aposentado Adão Ribeiro Barbosa, de 89 anos, residente em Coronel Murta, no Vale do Jequitinhonha.
Como sempre faz desde 2013, o idoso foi no sábado (09/01) até à única Casa Lotérica da cidade e fez dois jogos: um de R$ 16 reais na Loto Fácil e outro de R$ 12 reais na Quina. “Há 3 anos, aposto nos mesmos números. Conferi a Loto e como não deu, joguei os dois bilhetes no lixo”.
Foi somente na noite de segunda-feira (11/01) que o aposentado descobriu que havia acertado os números sorteados e de que havia ganhado R$ 8.960 reais.
Ao saber do ocorrido, um dos filhos do aposentado passou a vasculhar todo o lixo da casa, até encontrar o bilhete premiado no lote vago do vizinho.
“Se tivesse chovido, o bilhete estaria derretido”, comemora Adão, lembrando-se da chuva que caiu três dias antes.
“Foi uma benção de Deus”, disse Maria da Cruz Oliveira, de 60 anos, esposa do aposentado.
O casal, feliz da vida com o prêmio, disse que usou o dinheiro para pagar algumas dívidas.
“Chegou na hora certa. Usamos o dinheiro também para pagar exames e medicamentos que ele usa para tratamento de saúde”, explicou a esposa.
Adão Ribeiro Barbosa é pai de 17 filhos. Possui ainda 34 netos e 3 bisnetos. Dos R$ 8.960 reais, ele tirou R$ 1.700 para distribuir entre os filhos.
Adão mostra a caixa de sapato onde sempre guarda os bilhetes – Foto: Gazeta de Araçuaí
Premiado 60 vezes
Uma das distrações do seu Adão, que sobrevive com um salário mínimo da aposentadoria, é fazer seu joguinho da loteria.
Sortudo, ele já ganhou 59 vezes, fazendo o terno, e agora a quadra na Quina, jogando sempre os mesmos números. “Não me importo de revelar os números, mas minha esposa não deixa, para não atrapalhar a sorte”, diz sorrindo o aposentado, ao falar da exigência da mulher.
“Os valores são pequenos, variam de R$ 80 a R$ 100 reais, mas ajuda”, comemora a esposa.
Ela lembra que há dois anos, um amigo do casal jogou na rua um bilhete marcado, mas não apostado. “O Adão pegou os números do cartão, apostou e ganhou”, diz a esposa do aposentado.
Cantineira de uma escola municipal, ela recorda dos tempos difíceis que a família já passou.
“Certa vez, não tinha nem um tostão em casa. As contas de luz estavam atrasadas, quando o Adão lembrou que havia jogado na loteria. O bilhete já estava há mais de 5 dias no bolso dele. Quando ele foi conferir, havia sido premiado. Deu para pagar as contas e ainda sobrar um pouquinho de dinheiro”.
Pedra preciosa do Natal
Em outra ocasião, os meninos ainda eram crianças. Não tinha nada em casa. A situação estava muito ruim. Eu e ele sem trabalho. Era véspera do Natal de 1995 e nós dois sem nenhum dinheiro. Entristecido, Adão saiu de casa e foi até um terreno que fica nos fundos do cemitério e encontrou uma pedra preciosa… uma turmalina que ele vendeu na época por um dinheiro que hoje estaria em torno de R$ 10 mil. Na mesma semana, um dos meus filhos que era adolescente, encontrou outra pedra igual que ele vendeu pelo mesmo valor.
O aposentado mostra onde jogou o bilhete premiado – Foto: Gazeta de Araçuaí
O aposentado com a esposa e parte da família – Foto: Gazeta de Araçuaí
(Fonte: Gazeta de Araçuaí)