Rejeitos de tratamento de água em Governador Valadares não podem ser lançados no Rio Doce

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O lodo e a lama provenientes do tratamento de água captada no rio Doce (massa que surge após ação do coagulante e decantação) não poderão mais ser descartados no manancial. A recomendação foi expedida pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) ao Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) de Governador Valadares e à Samarco Mineração, nesta segunda-feira (23).

O documento recomenda que a Samarco arque com os custos ou dê a destinação final ambientalmente adequada aos resíduos provenientes da operação de tratamento de água, enquanto perdurar a poluição do rio Doce causada pelo rompimento da barragem de rejeitos, “de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais”.

Conforme a recomendação do MP, o Saae não poderá lançar os resíduos em corpo hídrico ou depositar in natura a céu aberto, acionando a Samarco, se for o caso, para que providencie a destinação por meio de reutilização, reciclagem, compostagem, recuperação, aproveitamento energético ou outra admitida pelos órgãos ambientais competentes.

A recomendação destaca o possível incremento da quantidade de lodo e lama gerados nas estações de tratamento em razão da poluição do rio Doce e dos sedimentos encontrados no processo de decantação e a necessidade de um descarte adequado desse material “que pode estar contaminado por rejeitos das atividades da mineradora ou por produtos químicos utilizados no tratamento da água”

O Saae voltou a ligar as bombas no dia 15 deste mês, utilizando o coagulante polímero de acácia negra para separar a lama. Os promotores de Justiça Leonardo Castro Maia, Leonardo Diniz Faria e Evandro Ventura da Silva assinaram a recomendação.

Saae

A direcao do SAAE informou, por meio de nota, que recebeu a recomendação do Ministério Público e deu ao Departamento Jurídico a incumbência de acionar a Samarco para custear a coleta, tratamento e destinação do resíduo (lama).

Também mobilizou seus técnicos para realizar estudos e elaborar projeto de tratamento e destinação do resíduo. “O resíduo, nada mais é, do que já está presente no rio Doce, e enquanto não seja executado pela Samarco o Saae o está diluindo com água tratada e devolvendo, assim, ao rio melhor do que recebe”, justifica.

Funcionários do Saae retiram lama de reservatório em GV – Foto: Rede em Alerta

(Fonte: Hoje em Dia / Repórter: Ana Lúcia Gonçalves)

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