Trabalhadores protestam contra fim de unidade da Usiminas em Cubatão

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Trabalhadores e sindicalistas fazem desde o início da manhã de hoje (11/11) uma manifestação contra o fechamento da unidade da Usiminas, em Cubatão, na Baixada Santista. O protesto ocorre em frente à unidade. Os manifestantes tentaram impedir a entrada dos ônibus com trabalhadores e a Polícia Militar (PM) usou bombas de efeito moral para dispersar o grupo. A Tropa de Choque e a Cavalaria da PM continuam no local.

No final de outubro, a direção da Usiminas anunciou que iria desativar temporariamente as áreas primárias do complexo industrial da empresa, em Cubatão. Com isso, 4 mil postos de trabalho diretos e indiretos serão fechados, conforme a Usiminas. O Sindicato dos Metalúrgicos da Baixada Santista estima a demissão de até 8 mil trabalhadores.

Em apoio à manifestação dos trabalhadores, a Prefeitura de Cubatão alterou o horário de expediente nas repartições públicas, que funcionarão, excepcionalmente, hoje das 8h às 11h. Um ato organizado por sindicatos e centrais sindicais será realizado, às 11h, na frente da prefeitura.

Usiminas

Em relação à manifestação de hoje na porta da unidade, a empresa informa que a “Justiça do Trabalho garantiu, em decisão proferida ontem, o direito à livre manifestação sindical desde que os sindicalistas manifestantes não impedissem o acesso dos empregados à usina.

“Em virtude disso, a Usiminas lamenta que o cumprimento desta decisão tenha sido possível apenas depois da intervenção da Polícia Militar, que garantiu a entrada dos empregados e a operação normal da usina. A Usiminas entende a gravidade do momento, mas acredita que a tentativa frustrada de impedir o acesso à usina por parte de sindicalistas em nada contribuirá para a solução dos problemas relacionados à queda progressiva do mercado de aço e dos gargalos de competitividade de nosso país, fatores que estão na base da decisão de se desativar temporariamente as áreas primárias da Usina de Cubatão”, diz nota da empresa.

Em outubro, quando anunciou o encerramento da unidade, a Usiminas disse que a decisão estava relacionada à queda no consumo de aço no país.

“A decisão de desativar temporariamente parte da Usina de Cubatão se baseia em contexto de muitos desafios. Em nível mundial, o excesso de capacidade produtiva de aço já é da ordem de 700 milhões de toneladas e os patamares de preço encontram-se depreciados, sem perspectivas de recuperação consistente. Já no plano doméstico, números preliminares do Instituto Aço Brasil indicam queda no consumo aparente de aços planos de 14% neste ano em relação a 2014 e de 22% em relação a 2013, refletindo a atual crise econômica e a perda de participação da indústria de transformação no PIB brasileiro. Com isso, a siderurgia brasileira tem operado com um nível de capacidade instalada da ordem de menos de 70%. Somam-se os elevados custos de produção e a falta de isonomia competitiva frente à concorrência desleal do aço importado, notadamente da China”, disse o comunicado.

Um dos altos-fornos da siderúrgica foi desligado em maio deste ano e o laminador de chapas grossas em setembro. A companhia estima que o processo de suspensão das atividades leve de três a quatro meses para ser concluído. Com isso, a produção primária de aço deve ser concentrada na unidade da empresa em Ipatinga. (Agência Brasil)

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