Às 19h em ponto dessa sexta-feira (09/10/2015), ao invés dos sinos, os batuques começaram a ressoar na Igreja do Rosário, em Diamantina, convocando os fiéis. Além dos frequentadores assíduos das celebrações religiosas, os participantes do 3º Festival de História (fHist) – entre historiadores, jornalistas e estudantes – que está sendo realizado na cidade até domingo, compareceram para conferir um dos pontos altos da Festa do Rosário dos Homens Pretos: a Missa dos Quilombos.
Seguindo a tradição da missa criada em 1981 em Recife, por Dom Pedro Casaldáliga e Pedro Tierra, com música de Milton Nascimento, a celebração diamantinense contou com a participação de artistas do Conservatório Estadual de Música Lobo de Mesquita e do coral da Comunidade Arraial dos Forros, todos da terra de JK e Chica da Silva, e emocionou o público presente que lotou o templo do século 18. “Essa é uma missa que celebra a alegria e a liberdade”, resumiu o celebrante, o cônego Manuel Quitério de Azevedo. A festividade prosseguem neste fim de semana com direito a cortejo e reisado.
A missa, que durou quase duas horas, foi apenas uma das atividades culturais paralelas ao fHist . Agora a noite haverá uma edição especial da famosa vesperata – evento em que os músicos se apresentam nas janelas e sacadas dos casarões e o maestro rege do chão – e, que é tradicionalmente realizada aos sábados.
Integrando a programação do Festival, o cantor e compositor Arnaldo Antunes fará uma performance poética na Tenda da História, na Praça Doutor Prado, que está concentrando as principais atividades do fHist. Neste sábado (10), mesas, debates, lançamentos de livros e shows estão na agenda do evento.
Confira os vídeos da celebração:
Confira a programação:
Dia 10 de outubro – Sábado
Mesa 4 – BRASIL/PORTUGAL: TEMPOS DE DITADURAS E DE RUPTURAS
Hora: 10h00
Convidados:
– Lucas Figueiredo. Jornalista e escritor.
– António Costa Pinto. Doutorado pelo Instituto Universitário Europeu, é investigador coordenador no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa.
– Wilkie Buzatti. Historiador, com mestrado pela UFMG, atua em História do Brasil Republicano, com ênfase nos temas da ditadura militar e do movimento estudantil.
Mesa 5 – TRAVESSIAS BARROCAS: DE BRAGA AO ARRAIAL DO TIJUCO
Hora: 14h00
Convidados:
– Cláudia Orlandi, professora de História da Arte da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e do Mucuri (UFVJM).
– Miguel Sopas de Melo Bandeira é mestre e doutor em Geografia Humana pelas Universidades de Coimbra e do Minho, onde leciona. É vereador da Câmara Municipal de Braga.
– Andrey Rosenthal Schlee, arquiteto e professor da Universidade Nacional de Brasília, diretor do IPHAN.
– Luiz Philippe Torelly é arquiteto e diretor do Departamento de Articulação e Fomento do IPHAN.
Mesa 6 – GENOCÍDIO DOCUMENTADO: O RELATÓRIO FIGUEIREDO E A QUESTÃO INDÍGENA
Hora: 16h00
Convidados:
– Marcelo Zelic. Vice-presidente do Grupo Tortura Nunca Mais/SP e membro da Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo. É coordenador do Projeto Armazém Memória.
– Rubens Valente é escritor e jornalista, atuando como repórter da sucursal da Folha de São Paulo em Brasília.
– Otto Sarkis. Jornalista com passagem por vários veículos de comunicação, é empresário e integra a coordenação do fHist.
Dia 11 de outubro – Domingo
Mesa 7 – GUERRILHEIROS: MEMÓRIAS DE UMA GUERRA SUJA
Hora: 10h00
Convidados:
– Daniela Arbex é jornalista e escritora. Entre outros livros, é autora do recém lançado “Cova 232”, que aborda a Guerrilha do Caparaó.
– Antônio Nahas Júnior é economista e autor de diversos trabalhos sobre a História de Minas, entre os quais o livro “A Queda, Rua Atacarambu, 120” que aborda a repressão aos grupos que optaram pela luta armada no final da década de 1960.
– Hugo Stuart. Jornalista com passagem por diversos veículos de comunicação e professor. É autor do livro “A lei da selva”, sobre a Guerrilha do Araguaia.
Mesa 8 – DIAMANTINA NO SÉCULO XIX
Hora: 14h00
Convidados:
– Marcos Lobato é professor da UFVJM, com doutorado em História Econômica pela USP. Atua principalmente nos temas da mineração de diamantes e homens de negócio de Diamantina e do abastecimento e estradas regionais no período 1870-1930.
– James William Goodwin. Historiador graduado pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), é doutor em História Social pela USP. Ele agrega suas pesquisas sob o título “O Progresso em Palavras”, destacando como a imprensa mineira ajudou a moldar conceitos e práticas sobre o progresso, a técnica, a ciência e a educação.
– Américo Antunes, jornalista e coordenador do fHist.