Tratamento estético, mas que tem largo impacto na saúde, a eliminação de varizes não pode ser negligenciada, defende o angiologista Rossi Murilo, presidente do 41º Congresso Brasileiro de Angiologia e de Cirurgia Vascular, que se realiza no Rio de Janeiro até o próximo sábado (10/10/2015).
No congresso, os médicos vão debater, entre outros temas, o uso concomitante de três técnicas para a eliminação de varizes: o laser transdérmico, próprio para tratar pequenos vasos nos membros inferiores e na face, o resfriamento da pele e a escleroterapia química – uso de técnica que consiste em injetar medicação para secar os vasos.
Segundo o coordenador do congresso, se o custo dos aparelhos como o de laser e resfriamento da pele, que é atrelado ao dólar, fosse menor, as novas técnicas poderiam ser acessíveis a um número maior de pessoas, chegando, inclusive, ao Sistema Único de Saúde (SUS). “Hoje quem tem varizes e não tem condições para fazer um tratamento está excluído, porque a quantidade de pessoas que têm varizes e não conseguem ter uma terapia adequada é muito grande”. Murilo alerta para a importância da prevenção em relação aos problemas circulatórios.
Entre os fatores de risco para a doença, o presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular do Rio de Janeiro, Julio Cesar Peclat de Oliveira, disse que a genética e a predisposição familiar são preponderantes. “Filhos de mães e pais que tenham varizes são candidatos a ter varizes também.” Outros fatores que podem contribuir para que as varizes apareçam mais cedo são a gestação, o uso de pílulas anticoncepcionais e o sedentarismo. Em profissões em que as pessoas ficam muito tempo em pé, como cozinheiros e cabeleireiras, a tendência é a pressão nas veias das pernas aumentar.
Outra técnica que está sendo apresentada no congresso é a da cirurgia para salvar membros do corpo de pacientes diabéticos que apresentem feridas, lesões ou gangrenas, problemas muitos comuns que acometem em geral os pés desses pacientes. “São técnicas com materiais específicos, para o tratamento de obstruções arteriais graves. Consegue-se, por meio desse tratamento, levar sangue a um tecido que até então estava isquêmico, sem circulação adequada”, explicou Oliveira.
Segundo ele, essa cirurgia pode até mesmo evitar uma amputação maior, procedimento comum entre os diabéticos com lesões mais graves. Outros temas em discussão no 41º Congresso de Angiologia são o trauma vascular e o aneurisma da aorta abdominal, que pode levar à morte. (Agência Brasil)