O ATRASO DE UMA NAÇÃO

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Está provado: sem desenvolvimento científico e tecnológico o Brasil não irá avançar para lugar algum. A população mundial cresce a cada dia e todos precisam de alimentos, roupas, remédios e tecnologia. Para dar conta de produzir tudo que o ser humano precisa a um custo acessível, sem degradar o meio ambiente e promover as mudanças climáticas é muito complexo. Por exemplo, para produzir o arroz em quantidade e qualidade é preciso sementes geneticamente eficientes, tratores para preparo do solo e plantio, utilizando combustível para esta atividade. Fertilizantes químicos, a maioria importados, tendo que ser transportados milhares de quilômetros de navio, caminhão, trem até chegar a propriedade rural. Tem o defensivo agrícola para combater as pragas e doenças, a irrigação com equipamentos que consomem energia, tem a colheita que usa máquinas que consomem combustível, o transporte, o processamento (tirar a casca e polir o grão). Tem o armazenamento em grandes silos. Tem o ensacamento, o transporte até o distribuidor e ao supermercado, tem a compra pelo consumidor, o preparo e finalmente o consumo. E ainda temos o ciclo do feijão, milho, trigo, e diversos outros produtos que devem seguir cadeias longas e complexas até chegar a sua mesa. Com tudo isto o produtor ainda deve proteger, por lei, a sua reserva legal, as áreas de proteção permanente, os rios e fontes hídricas.

Apesar deste complexo funcionamento da engrenagem logística, ela deve ser melhorada continuamente, aprimorando os sistemas de produção e aumentando a produtividade, considerando que o tamanho da população aumenta a cada dia e a mesma fica cada vez mais exigente.

Por conta disto as Universidades e os Centros de Pesquisa do Brasil e do mundo devem manter as suas pesquisas científicas continuamente, criando plantas, fertilizantes e máquinas agrícolas cada vez mais eficientes para produzir cada vez mais e a baixo custo. Países desenvolvidos investem muito em Ciência e Tecnologia e colhem seus frutos relativos à geração do conhecimento através das patentes e vendas destas tecnologias além, é claro, de aumentar sua produtividade interna de alimentos. A soja transgênica mais vendida no mundo, inclusive no Brasil, é a soja Roundup ready que apresenta alta produtividade quando combinada com um herbicida especifico, o glyphosate. A empresa Monsanto, assim com o seu país de origem, os Estados Unidos, ganham muito dinheiro com o domínio das patentes das variedades de soja e do herbicida em todo o mundo, apesar da patente do herbicida já ter vencido.

Resumindo: quem detém o conhecimento cientifico e tecnológico está à frente de todas as demais nações dependentes de tecnologia. Já perceberam que algumas pessoas dependem de certos remédios que não tem no Brasil, que precisam ser importados e que custam uma fortuna? Por conta disto os países asiáticos passaram a investir pesado em desenvolvimento tecnológico com a criação de Universidades e pessoal qualificado para o desenvolvimento tecnológico. Devemos valorizar as nossas Universidades não apenas como formadora de bons profissionais, mas também como geradora de novas tecnologias para o desenvolvimento do país.

Quem é Alexandre Sylvio Vieira da Costa?

– Nascido na cidade de Niterói, RJ;
– Engenheiro Agrônomo Formado pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro;
– Mestre em Produção Vegetal pela Embrapa-Agrobiologia/Universidade Federal Rural do
Rio de Janeiro;
– Doutor em Produção Vegetal pela Universidade Federal de Viçosa;
– Pós doutorado em Geociências pela Universidade Federal de Minas Gerais;
– Foi Coordenador Adjunto da Câmara Especializada de Agronomia e Coordenador da
Comissão Técnica de Meio Ambiente do CREA/Minas;
– Foi Presidente da Câmara Técnica de eventos Críticos do Comitê da Bacia
Hidrográfica do Rio Doce;
– Atualmente, professor Adjunto dos cursos de Engenharia da Universidade Federal dos
Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Campus Teófilo Otoni;

– Blog: asylvio.blogspot.com.br
– E-mail: alexandre.costa@ufvjm.edu.br

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