Agora é oficial, mas que na prática todo mundo já sabia: entramos em recessão! O produto interno bruto, também chamado de PIB, reduziu em 1,9% no segundo trimestre segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE. No primeiro trimestre do ano esta redução foi de 0,7%. Somente o PIB da indústria recuou 4,3% e os investimentos no setor produtivo são os menores desde 1996. Até mesmo o setor agropecuário, o salvador da balança comercial brasileira nas exportações, caiu em 2,7%. Associado a este caos econômico temos todos os dias milhares de pessoas pelo país, perdendo seus empregos. Podemos dizer que também estamos vivendo o caos social.
Não sou economista, mas o assunto é de grande importância para todos, pois a nossa sobrevivência e a de nossas famílias depende do nosso trabalho e da remuneração que temos por ele. O ciclo econômico, apesar de complexo, é muito claro: uma fábrica só aumenta a sua produção, número de empregados e vendas se tiver uma população com dinheiro para comprar. A população, por sua vez, só terá dinheiro para comprar se trabalhar e for remunerada por isto. Se todo mundo começar a demitir não teremos uma população para comprar e, automaticamente, o setor produtivo fica estagnado. No meio desta dinâmica fica o governo, arrecadando impostos para manter a infra estrutura básica do pais. Se a economia brasileira esfria, a arrecadação do governo também reduz e ai fica difícil pagar das contar e manter os investimentos. Imaginem uma dança com cem pessoas ao mesmo tempo em um ritmo sincronizado e se uma errar todas caem. A nossa economia é assim: frágil e altamente dependente do conjunto do sistema econômico.
Com uma política econômica frágil de ações equivocadas e irresponsáveis e políticos que tomam decisões não pensando na população mas, em prejudicar seus opositores, qual empresário vai querer gastar bilhões de dólares em investimentos aqui no Brasil? Vamos fazer um comparativo com a nossa realidade: Você teria coragem de investir o dinheiro, que você ganhou com o suor do seu trabalho, em um banco da Etiópia ou um banco da Inglaterra? Mesmo com o banco Inglês rendendo menos que o banco da Etiópia, a garantia da economia levará você a investir seu dinheiro no Banco Inglês.
Qualquer gestor público razoável verifica que para o Governo aumentar a arrecadação de impostos ele precisa aquecer a economia com incentivos e políticas econômicas claras, mas o que acontece: aumenta-se os impostos a serem cobrados de uma população que já está descapitalizada, ou seja, desempregada e sem dinheiro, empurrando esta parte da população marginalizada para a informalidade e a sonegação.
Infelizmente, no Brasil, a população não é prioridade nos processos decisórios dos governantes, mas as questões político partidárias, o famoso toma lá, dá cá. Nós só somos convocados para pagar a conta do rombo que eles mesmos são responsáveis, aumentando a carga tributária que já é uma das maiores do mundo. Você sabia que trabalha cinco meses do ano só para pagar impostos? Como diria meu professor na época de Universidade: “É bom pensar!”
Quem é Alexandre Sylvio Vieira da Costa?
– Nascido na cidade de Niterói, RJ;
– Engenheiro Agrônomo Formado pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro;
– Mestre em Produção Vegetal pela Embrapa-Agrobiologia/Universidade Federal Rural do
Rio de Janeiro;
– Doutor em Produção Vegetal pela Universidade Federal de Viçosa;
– Pós doutorado em Geociências pela Universidade Federal de Minas Gerais;
– Foi Coordenador Adjunto da Câmara Especializada de Agronomia e Coordenador da
Comissão Técnica de Meio Ambiente do CREA/Minas;
– Foi Presidente da Câmara Técnica de eventos Críticos do Comitê da Bacia
Hidrográfica do Rio Doce;
– Atualmente, professor Adjunto dos cursos de Engenharia da Universidade Federal dos
Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Campus Teófilo Otoni;
– Blog: asylvio.blogspot.com.br
– E-mail: alexandre.costa@ufvjm.edu.br