Integrantes do MST deixam fazenda onde morreu o prefeito de Central de Minas

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As cerca de 150 famílias ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) que estavam acampadas na fazenda Casa Branca, em Tumiritinga, no Vale do Rio Doce, estão deixando a propriedade. A terra era reivindicada pelo prefeito Genil Mata da Cruz (PP), de 39 anos, que morreu na última terça-feira (14), após a queda da aeronave que pilotava. Os sem terra alegam que ele fazia voos rasantes para jogar bombas no acampamento e que após a sua morte, novas ameaças vem sendo feitas por telefone.

Segundo o coordenador estadual do MST, Sílvio Neto, além de evitar novos conflitos, o MST recebeu “boas propostas” por parte dos governos e elas estão sendo analisadas. “A negociação e o diálogo são pré-requisito para a solução de qualquer conflito. Além disso, a saída das famílias representa um gesto de confiança nas promessas de assentamento que foram feitas”, disse. A fazenda foi invadida dia 5 deste mês e a previsão é que a desocupação seja feita durante todo esta quinta-feira (16).

“Estamos recebendo ligações anônimas de pessoas que estão avisando que vão voltar e que as coisas não vão ficar como estão”, conta a sem-terra Vânia Maria de Oliveira, admitindo que o clima é tenso na região. Alguns acampados voltarão para as suas cidades de origem e outros serão abrigados por outros sem terra da região. “Asim que ocupamos o prefeito esteve aqui e o diálogo foi tranquilo. Ele disse que procuraria os meios legais para reaver a propriedade, mas não foi o que fez”, reclamou Edilene dos Santos.

De acordo com dados do MST, na região do Vale do Rio Doce estão 14 assentamentos sem terra com cerca de 700 famílias e seis acampamentos (que ainda aguardam definição por parte do Incra) e reúne cerca de mil famílias. A assessoria do prefeito desmente as supostas bombas e alega que ele estava fazendo fotos para anexar ao processo de reintegração de posse que iria ajuizar na Vara de Conflitos Agrários em Belo Horizonte. A Polícia Civil e o Cenipa investigam as circunstâncias do acidente.

No acidente, além do prefeito, morreu o funcionário dele, Douglas Silva, de 30 anos, que era passeiro da aeronave. Os corpos foram sepultados por volta do meio dia desta quinta-feira (16) no Cemitério Municipal de Central de Minas. O cortejo foi acompanhado por cerca de quatro mil pessoas que deixaram a quadra poliesportiva, local do velório, e seguiram a pé até o cemitério. Os caixões foram cobertos com a bandeira de Central de Minas.

Caminhões levam pertences dos moradores do assentamento do MST (Foto: Inter TV dos Vales)

(Fonte: Hoje em Dia)

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