Corpo de Chica da Silva pode ser exumado

4

Chica ganhará estátua na cidade. Iniciativa planeja detalhar físico de escrava liberta e parceiro.

Uma equipe forense deverá fazer a exumação dos corpos de Chica da Silva – escrava alforriada que viveu em Diamantina, no Alto Jequitinhonha, no século XVIII – e do parceiro dela, o contratador de diamantes João Fernandes de Oliveira. O processo depende de formalização na Justiça, mas a Irmandade São Francisco de Assis, onde Chica foi sepultada, já autorizou o procedimento, que faz parte do documentário científico “A Rainha das Américas: a verdadeira história de Chica da Silva”. O objetivo é descobrir altura, peso e outros dados do histórico casal. Ambos serão reconstruídos em holograma, e Chica ganhará estátua na cidade.

O longa tem previsão de lançamento para 2017 e será dirigido por Zezé Motta, que interpretou a personalidade em filme dirigido por Cacá Diegues. “Queremos (fazer a exumação) no dia da morte de Chica, 15 de fevereiro, mas a data ainda não está certa”, informou, por e-mail, Rosi Young – roteirista brasileira radicada nos Estados Unidos e uma das produtoras do filme.

O líder do projeto, o antropólogo forense Anthony Falsetti, deve visitar Diamantina em novembro. O especialista, que trabalhou na equipe de exumação da princesa russa Anastásia Romanov, terá ao seu lado a neozelandesa Ann Horsburgh – responsável por analisar o DNA do ex-presidente norte-americano Abraham Lincoln.

Expectativa

“O processo terá início, de fato, a partir da vinda da equipe (a Diamantina)”, diz o secretário municipal de Cultura, Walter Cardoso França Junior. Ele disse que alunos da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e do Mucuri acompanharão a exumação e destacou a importância do processo para a cidade.

“Todos vão ficar muito entusiasmados com isso. Reativar a história de Chica da Silva com o documentário e a construção da estátua será mais um atrativo turístico da cidade”.

Importância

Francisca da Silva de Oliveira nasceu em Serro, no Alto Jequitinhonha, em 1732. Ela viveu no Arraial do Tijuco, atual Diamantina, por quase toda a vida. Em 1754, a escrava foi alforriada pelo contratador de diamantes João Fernandes de Oliveira, com quem viveu por 16 anos e teve 13 filhos. Chica morreu em 1796.

A união de Chica e João é considerada a primeira relação inter-racial aceita pela sociedade no Brasil.

Francisca da Silva de Oliveira, a Chica da Silva, e seu parceiro João Fernandes de Oliveira viveram em imóvel no centro histórico – Foto: Fragmentos Visuais do Século XXI / Divulgação

(Fonte: Jornal O Tempo)

4 COMENTÁRIOS

  1. Interessante, porque a Cultura está acima da diferença da condição social. Forma sábios, incentiva Educação, forma os homens. Sem a Cultura e a Liberdade relativa que ela pressupõe, a sociedade, por mais perfeita que seja, não passa de uma selva. É por isso que toda a criação autêntica é um dom para o futuro.
    Beijos queridíssima atriz: ZEZÉ MOTTA.
    Amamos você.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui