Trabalhadores temem demissões com desligamento de alto forno em Ipatinga

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Sindicato dos metalúrgicos ainda espera um posicionamento e diálogo da companhia com os trabalhadores.

O anúncio do desligamento de dois dos cinco altos fornos da Usiminas nesta semana, causa temor aos trabalhadores de Ipatinga, no Vale do Aço. A companhia não confirma se vão haver demissões por causa do fechamento, que acontecerá no dia 4 de junho. O outro alto forno que será desativado é o da usina de Cubatão, em São Paulo, e o fechamento acontecerá no próximo dia 31.

O Sindicato dos Metalúrgicos de Ipatinga e Região (Sindipa) notificou a Usiminas nessa terça-feira (19) pedindo uma reunião para que sejam tratadas as consequências do fechamento. “Precisamos discutir e entender com eles as consequências disso, mas não aceitaremos demissões. Queremos a garantia de que os trabalhadores não sejam mandados embora. Até agora não recebemos resposta da Usiminas”, diz o diretor do Sindipa, Geraldo Magela Duarte.

Ainda conforme Magela, uma demissão em massa seria inviável. “Não queremos que o trabalhador seja punido por isso. Com o fechamento do alto forno, o trabalho será reduzido não só em Ipatinga mas em toda a cadeia de produção até a entrega. Acontece que hoje na Usiminas faltam trabalhadores em diversos setores, justamente pelo fato de a empresa arrochar trabalho e fazer com que os empregados trabalhem mais do que dão conta. Por exemplo, onde antes eram três ou quatro trabalhadores, agora são um ou dois. Não tem como tirar mais trabalhador, acreditamos que isso esteja fora de cogitação”, diz.

Segundo o diretor do sindicato, desde o início do ano passado até abril deste ano 537 trabalhadores foram demitidos pela Usiminas.

Procurada pela reportagem, a empresa não informou o número de trabalhadores que mantém atualmente na unidade de Ipatinga, e também não confirmou, nem negou as demissões, e informou que com o fechamento dos dois altos fornos, a produção de ferro da empresa será reduzida em cerca de 120 mil toneladas por mês.

“Tal ajuste visa adequar a produção ao atual ritmo de demanda do mercado siderúrgico, trazendo oportunidades de redução de custo e melhoria da competitividade da Usiminas no atual cenário de mercado”, disse ainda, por meio de nota.

Além disso, a empresa também informou que o foco, no momento, é o “aumento da eficiência operacional de suas linhas de produção, buscando preservar ao máximo a sua força de trabalho”.

(Fonte: Jornal O Tempo)

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