Em sintonia com o Dia do Trabalhador, coordenação de Atenção à Saúde do Trabalhador da SES-MG orienta sobre os cuidados para realização de tarefas ocupacionais
Como em todas as atividades cotidianas, as tarefas ocupacionais demandam cuidados que devem garantir o bem-estar do trabalhador e da trabalhadora. De acordo com a coordenadora de Atenção Saúde do Trabalhador da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), Janaína Passos de Paula, o trabalho é considerado um eixo organizador da vida social. Desse modo, o ofício de cada um determina as condições de vida e saúde, tornando-o promotor de saúde e não de adoecimento e morte.
Por isso, a saúde do trabalhador é o campo da saúde pública que tem como objeto realizar estudos e intervenções sobre as relações de produção-consumo e do processo saúde-doença das pessoas e dos trabalhadores de modo particular.
Secretaria estuda e avalia condições e processos de trabalho – Foto: André Brant/Agência Minas
Trabalho em Minas
Em Minas, a SES-MG desenvolve, por meio da Diretoria de Saúde do Trabalhador, ações que têm como finalidade fomentar e coordenar a implantação e implementação da Política Estadual de Saúde do Trabalhador. Essa política reúne ações de vigilância dos ambientes, processos e condições de trabalho, observando agravos à saúde relacionados à ocupação, propondo a inserção do tema na agenda política e técnica dos 853 municípios do estado.
Entre as diretrizes está o fomento para a criação da Comissão Intersetorial de Saúde do Trabalhador (CIST) nos conselhos municipais de saúde e o apoio de forma complementar às ações de vigilância de maior complexidade em articulação com os Centros de Referências em Saúde do Trabalhador Regionais (CEREST). A SES-MG tem contribuído com a definição dos fluxos e protocolos de agravos para todas as regionais do estado, participando do Grupo de Agenda Mineira do Trabalho Decente. Além disso, existe uma parceria interinstitucional para realização da vigilância da população exposta ao agrotóxico e um termo de cooperação técnica com o Ministério Público do Trabalho de Minas para o enfrentamento do trabalho infantil.
Cuidados
De acordo com Janaína Passos de Paula é fundamental que todo o trabalhador conheça os riscos e os perigos presentes no seu ambiente de trabalho e as formas de se proteger. Para isso, algumas empresas contam com comissões internas, conhecidas como CIPAS, que têm a função de prevenir acidentes. Antes de pensarem nos Equipamentos de Proteção Individual (EPI), as empresas devem buscar processos de trabalho mais saudáveis e Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC). É importante valorizar também as informações sobre segurança, as placas de aviso e os treinamentos. “Os empregadores têm a obrigação de prevenir as doenças e acidentes relacionados ao trabalho, tomando medidas de prevenção e proteção através da avaliação e controle dos riscos”, explica.
Em caso de acidente
Qualquer trabalhador que for vítima de um acidente de trabalho típico ou de trajeto deve ser encaminhado para um serviço de urgência e emergência, caso o acidente assim exija ou para o serviço médico da empresa, para aquelas que possuam um serviço próprio. Segundo Janaína, os trabalhadores empregados (exceto os domésticos) devem ter o acidente/doença notificado à Previdência Social (INSS) pelo empregador, por meio da Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) e ao SUS quando se tratar de um acidente grave (que envolva trabalhador com idade inferior a 18 anos), ou acidente de trabalho com morte imediata.
Números
Em 2014, foram notificados 18.927 mil casos de agravos e doenças relacionados ao trabalho, sendo que 10.320 foram acidentes de trabalho graves; 6.104 acidentes de trabalho com exposição à material biológico; 1.137 casos de Lesões por Esforço Repetitivo e Doenças Osteoarticulares Relacionadas ao Trabalho (LER/DORT) e 963 casos de intoxicação exógena. Entre 2010 e 2014, foram notificados em todo o estado 83.074 mil casos, com 52% relacionados aos acidentes de trabalho graves.
Entre as atividades identificadas nas notificações de acidentes de trabalho graves entre 2010 e 2015 estão as ocupações de pedreiro (3.143); trabalhador agropecuário em geral (3.128); servente de obras (2.052); motorista de caminhão (1.301); alimentador de linha de produção (1.071); faxineiro (1.017); empregado doméstico (875) e motociclista (767).
Como em todas as atividades cotidianas, as tarefas ocupacionais demandam cuidados que devem garantir o bem-estar do trabalhador e da trabalhadora. De acordo com a coordenadora de Atenção Saúde do Trabalhador da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), Janaína Passos de Paula, o trabalho é considerado um eixo organizador da vida social. Desse modo, o ofício de cada um determina as condições de vida e saúde, tornando-o promotor de saúde e não de adoecimento e morte. Por isso, a saúde do trabalhador é o campo da saúde pública que tem como objeto realizar estudos e intervenções sobre as relações de produção-consumo e do processo saúde-doença das pessoas e dos trabalhadores de modo particular. (Agência Minas)