Cachorra que foi atropelada em Taiobeiras ganha cadeira de rodas e volta a se locomover

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Minie foi resgatada pela ONG S.O.S Mãos & Patas. Ela conseguiu voltar a se locomover com cadeira de rodas feita de PVC.

Após ser atropelada na Avenida São João, no Centro de Taiobeiras (MG), a cadela Minie ficou paraplégica. O caso chegou até a ONG S.O.S Mãos & Patas, que mobilizou a população da cidade para procurar pela cachorrinha, que foi encontrada em um matagal com as patas quebradas e vários ferimentos, já que precisa se arrastar para conseguir se locomover. Um mês após o acidente, ela conseguiu voltar a andar, graças a uma cadeira de rodas adaptada, feita com tubos de PVC.

O médico veterinário Leonardo Lanna é voluntário na ONG e foi o primeiro a atender Minie. Ele explica que a cadela tinha uma lesão na medula, o que costuma causar paralisia nas patas. No caso dela, as de trás foram afetadas e, para que voltasse a se locomover, a solução seria uma cadeira de rodas.

“Quando o animal não responde ao tratamento cirúrgico, sugiro esta alternativa [cadeira de rodas], para que ele não fique se arrastando e sofra com lesões. Assim, o bicho pode voltar a ter bem estar. Mas mesmo com a possibilidade de uma vida normal, há alguns donos que optam pela eutanásia, solução que não aconselho”, diz o veterinário.

Leonardo Lanna também destaca que os cachorros se adaptam bem à cadeira. E ainda afirma que, inicialmente, os animais precisam usá-la por períodos curtos, até se acostumarem.

“Ao optar por um suporte deste tipo, os donos dos bichos precisam saber que ele é feito sob medida, com base nas dimensões de cada cachorro. Além disso, os que são de raças de maior porte podem demorar mais tempo até se acostumarem”, ressalta.

Minie com a cadeira de rodas feita de PVC (Foto: Divulgação / ONG S.O.S Mãos & Patas)

Cadeiras são feitas por engenheiro

A cadeira de PVC foi feita em Montes Claros (MG), pelo engenheiro eletricista Renato Dias Ataíde. A filha dele, que também é veterinária e tem especialização na reabilitação de animais, atendeu a Minie e contou o caso para o pai.

“Comecei a fazer as cadeiras há dois anos, já fiz umas 30. Pesquisei na internet e resolvi colocar em prática depois que a minha filha atendeu a outra cadela, que também não iria conseguir mais andar. Quando terminei e coloquei a cadeirinha nela, a cachorrinha começou a correr e a dona olhava e só conseguia chorar. É uma satisfação e tanto, que recompensa o trabalho”, fala.

Renato Dias utiliza o tempo vago, geralmente depois do almoço e à noite, para fazer as cadeiras. Ele explica que enquanto uma de alumínio chega a custar R$ 900, as feitas por ele saem a R$ 100, praticamente o custo do material. Segundo ele, para a confecção, o primeiro passo é analisar as medidas e a raça do cão.

S.O.S Mãos & Patas

Depois de ser resgatada pela ONG, Minie foi levada para o abrigo da organização, onde conta com o acompanhamento de médicos veterinários, além de ter disponíveis ração e remédios. Alex Sandro Mendes, presidente da S.O.S Mãos & Patas, explica que a cadela, assim como outros bichos, recebem o tratamento e depois ficam disponíveis para a adoção.

“Já conseguimos dar novos lares a 113 cachorros. Depois que os animais são levados fazemos visitas periódicas, para sabermos se eles estão sendo bem tratados pelos donos. Recebemos aqui muitos casos que precisam de atenção e carinho, são bichos que sofreram todos os tipos de maus tratos e outros doentes, com câncer, por exemplo”, comenta o presidente da ONG.

A Mãos & Patas começou a ser idealizada há um ano e meio, mas o processo burocrático de registro demorou cerca de seis meses.

“A iniciativa surgiu depois que um grupo de amigos começou a perceber a quantidade de cães que viviam abandonados nas ruas da cidade. Decidimos que era preciso fazer algo e nos organizamos. Além das adoções, fazemos também uma campanha de castração das fêmeas, para evitar ainda que a população de cachorros aumente ainda mais, já castramos 30. Todo o nosso trabalho é voluntário e vivemos de doações, sobrevivemos com a ajuda de pessoas que sensibilizadas com a nossa causa”, esclarece Alex Sandro.

Coração dividido entre marido, filhos e cachorros

Dois dos cachorros da ONG, apelidados de Nega e Pedrito, foram adotados por Vanusa Nascimento, de 43 anos, que é moradora de Taiobeiras. Ela tem 18 animais, nove são adotados, os outros foram ganhados. Como o espaço da casa, dividido com o esposo José Francisco dos Santos e quatro filhos, ficou pequeno, alguns dos bichos foram levados para o sítio.

“Eu peguei o Pedrito filhote. Já a Nega não tem uma das patas, que precisou ser amputada. Eu a ela no abrigo e pensava que ela teria dificuldade em ser adotada. Hoje, ela vive na roça e é companheira fiel do meu marido. Um dia desses, uma mulher a viu e disse que era linda, pena que era aleijada, meu esposo respondeu que não, que era ela saudável, que apenas tinha perdido uma pata por causa de uma acidente”, conta Vanusa.

Além da cadela que não tem uma das patas, a auxiliar de limpeza também cuida de um cachorro com catarata, que foi encontrado na rua.

“Vejo eles passando fome e frio, fico com muita pena e levo para casa. Meu amor por animais não depende se eles estão feridos ou se têm algum tipo de deficiência”, diz a mulher que ainda tem como bicho de estimação um potro que perdeu a mãe, depois que ela caiu de em uma ribanceira.

(Fonte: Inter TV Grande Minas)

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