Pró-Genética capacitou técnicos de 14 estados brasileiros, em ação realizada na Fazenda Experimental da Epamig
Técnicos de 14 estados brasileiros conheceram, entre os dias 10 e 11 de março, em Felixlândia, no Centro-Oeste do estado, um sistema de produção de leite, desenvolvido em Minas Gerais, que promove aumento da receita do pecuarista somando a venda do leite ao valor do bezerro de corte de qualidade. A ação foi parte do treinamento do Programa de Melhoria da Qualidade Genética do Rebanho Bovino Brasileiro (Pró-Genética).
Gado F1 possibilita pecuária de dupla aptidão para pequenos produtores – Foto: Erasmo Reis/Epamig
Os técnicos conheceram o modelo que utiliza fêmeas F1 (meio sangue europeu e meio sangue zebuíno) para produção de leite e de bezerros de corte, estudado na Fazenda Experimental da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), em Felixlândia, há mais de 15 anos. Essas tecnologias geradas são levadas até o pecuarista mineiro por meio de programas como Minas Leite e Pró-Genética, com a interação entre Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), Epamig, Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-MG) e o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA).
Os estudos apontaram que vacas mestiças, além do aumento da produtividade, foram capazes de produzir bezerros de qualidade, sobretudo no momento em que foram considerados o ganho médio diário e o peso do desmame, podendo contribuir para a sustentabilidade da produção. “A venda desses bezerros pode complementar a receita da propriedade, desmistificando a teoria que vacas F1 não produzem animais para a cadeia da carne”, explica o pesquisador da Epamig, José Reinaldo Ruas, que coordena os estudos na Fazenda de Felixlândia. Ele explicou que a partir da adoção de técnicas de manejo na ordenha e alimentação, a média de produção passou de 2.000 kg para 3000 kg de leite por lactação.
O temperamento ameno das vacas mestiças, adaptadas à ordenha mecânica, chamou a atenção do agrônomo de Campina Grande (PB) Luciano Bezerra, que acompanhou o manejo na Fazenda Experimental.”É possível perceber que as vacas são produtivas em ordenha mecânica, após o amansamento”, ressalta. Para o zootecnista da Emater-DF Douglas Andrade, as demonstrações cumpriram a expectativa de viabilidade econômica do sistema. “É a parte que mais interessa ao produtor, além da possibilidade de este ter acesso à genética de qualidade”, conclui.
Para o secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, João Cruz Reis Filho, os avanços do Pró-Genética em Minas vão além do aspecto econômico. “A capacidade multiplicadora do Programa melhora a satisfação do produtor rural e a qualidade de vida de sua família”. Segundo o secretário, o programa implantado em 2007 no estado terá como extensão o Pró-Fêmeas, iniciativa que visa melhorar o plantel, principalmente dos pequenos produtores rurais.
Também foram apresentadas aos participantes, as perspectivas da bovinocultura e resultados positivos que tornaram Minas Gerais, maior produtor de leite do Brasil, pioneiro no incentivo a pequenos produtores rurais na utilização de animais geneticamente superiores no cruzamento, a partir de tecnologias de fácil aplicabilidade e de administração simples. De acordo com o presidente da Epamig, Rui Verneque, houve um avanço em tecnologias para o desenvolvimento da bovinocultura de dupla aptidão. “A pesquisa busca respostas para outros desafios como, aperfeiçoar técnicas de automação para minimizar a questão da falta de mão de obra nas propriedades”, exemplifica.
Os criadores interessados na melhoria do seu rebanho, devem procurar a Emater-MG e ABCZ para terem acesso a touros e fêmeas de alta qualidade genética de diversas raças bovinas adaptadas para a produção de carne e leite. (Agência Minas)