Depois de uma valorização de 7,02% na semana passada, subindo pelo menos 1% cada dia, o dólar comercial teve alta mais expressiva nesta segunda-feira, 9 de março, de 2,39%, a maior desde 30 de janeiro (2,96%), e fechou cotado em R$ 3,129. O valor da moeda norte-americana é o mais alto desde 2 de junho de 2004, quando estava cotada em R$ 3,134.
O dólar superou o patamar de R$ 3 na quinta-feira (5) e, na sexta, encerrou a semana valendo R$ 3,056. Hoje, começou a ser negociado a R$ 3,08, chegou à máxima de R$ 3,133, e fechou em R$ 3,129. Foi o sexto fechamento seguido com alta. Desde 1º de janeiro, a moeda norte-americana acumula alta de 17,72%.
O euro, que também vinha se desvalorizando em relação ao dólar nos últimos dias, manteve-se estável no patamar de sexta-feira, quando também valia US$ 1,08. A estabilidade se deu porque o Banco Central Europeu (BCE) iniciou a compra de grandes quantidades de dívida pública da zona do euro.
A valorização do dólar em relação a várias moedas teve maior impacto depois da divulgação de dados que mostram a recuperação da economia dos Estados Unidos. Em janeiro, as encomendas de bens duráveis (como automóveis e eletrodomésticos) subiram naquele país, interrompendo uma sequência de quatro meses de queda.
O aumento do consumo nos Estados Unidos reforça as perspectivas de que o Federal Reserve (Fed, o Banco Central norte-americano), em breve, aumente os juros da maior economia do planeta. Juros mais altos nos países desenvolvidos reduzem o fluxo de capital para países emergentes como o Brasil, pressionando o dólar para cima. As dúvidas sobre o ajuste fiscal no país, depois que o Congresso devolveu ao governo a medida provisória que listava as medidas necessárias, também criaram mais instabilidade sobre o real na semana passada. (Agência Brasil)