O verão começa no próximo dia 21. Durante a estação, com dias mais quentes e maior exposição ao sol, os cuidados com a saúde, principalmente com os olhos, devem aumentar. Os raios ultravioleta (UVB) estão mais agressivos nesta época do ano, quando os riscos de queimaduras, irritações na córnea e doenças infecciosas também são maiores.
Segundo Marcus Sáfady, presidente da Sociedade Brasileira de Oftalmologia, a exposição prolongada aos raios solares, sem proteção adequada, pode acarretar a ceratite actínica e o pterígio. “A ceratite actínica é uma inflamação na córnea, que costuma ocorrer em pacientes expostos de 6 a 12 horas ao sol. Os sintomas são vermelhidão, dor na região e sensação de areia. O tratamento é feito com aplicação de soro fisiológico.”
“Já o pterígio, alteração na membrana que recobre o olho, é resultado de anos de exposição ao sol e à poeira. A doença é caracterizada pelo crescimento de uma massa vermelha na direção da córnea, causando desconforto. Com os sintomas, deve-se procurar um oftalmologista para indicação de colírio adequado e, nos casos mais graves, do procedimento cirúrgico”, salientou Sáfady.
Para evitar problemas com os olhos, ele recomenda o uso de bonés e óculos escuros de qualidade, com proteção contra radiação UVA e UVB que, em excesso, podem causar danos irreversíveis. “O filtro UV protege a visão dos raios solares. As lentes escuras de qualidade duvidosa são ainda mais perigosas, pois, ao utilizá-las, a pupila do paciente dilata, permitindo a entrada de uma quantidade maior de radiação. O uso prolongado dessas lentes pode causar catarata”, explicou.
A conjuntivite também é bastante comum no verão, pois a bactéria transmissora se prolifera principalmente em altas temperaturas. A inflamação, que tem os mesmos sintomas da ceratite actínica, é contagiosa e causada, entre outros fatores, por água do mar contaminada e excesso ou falta de cloro em piscinas. O tratamento é com aplicação de água filtrada ou soro fisiológico. Recomenda-se evitar locais com alta concentração de pessoas.
De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Oftalmologia, qualquer tratamento deve ser prescrito por um oftalmologista. Ele acrescentou que medicamentos, como pomadas e colírios, não devem ser utilizados sem prescrição médica.
(Agência Brasil)