Apesar dos grandes avanços em relação ao tratamento e qualidade de vida dos portadores do vírus, um dos maiores problemas continua sendo a falta de diagnóstico
O dia 1º de dezembro foi transformado num marco da luta contra a Aids em diversos países do mundo. No Brasil, desde o fim dos anos 1980, o Dia Mundial de Combate à Aids foi instituído como meio de chamar atenção para a prevenção e desmistificar preconceitos contra a doença. Apesar dos grandes avanços em relação ao tratamento e qualidade de vida dos portadores do vírus, um dos maiores problemas que envolve a doença continua sendo a falta de diagnóstico. Como o vírus causador da doença tem uma fase de encubação em que o paciente não tem sintomas, o portador pode permanecer por anos sem diagnóstico.
Um dos maiores problemas que envolve a doença continua sendo a falta de diagnóstico – Foto: Adair Gomes
De acordo com a coordenadora do programa de DSTs/AIDS e Hepatites Virais da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, Jordana Costa Lima, quanto mais cedo a pessoa souber que tem o vírus ou a doença, menores as chances de surgirem agravos secundários. “Para muitas pessoas realizar o exame de HIV significa uma quebra de paradigma, mas é necessário que a população tenha consciência de que o diagnóstico precoce facilita o tratamento e controle da doença”, afirma. O teste de HIV pode ser feito através do exame de sangue convencional disponível em todas as unidades básicas do estado.
Em Minas, de 2007 a 2014, foram notificados 15.482 novos casos de Aids, sendo a população com idade entre 35 a 49 anos a que apresentou maior número de notificações nesse período, com 6.434 novos casos. Atualmente, cerca de 22 mil pessoas utilizam a medicação antirretroviral para HIV e AIDS em todo o Estado.
HIV e Aids
HIV é a sigla em inglês do Vírus da Imunodeficiência Humana, causador da Aids. Ter o HIV não é a mesma coisa que ter Aids. Há muitos soropositivos que vivem anos sem apresentar sintomas ou desenvolver a doença, mas podem transmitir o vírus a outros por relações sexuais desprotegidas, pelo compartilhamento de seringas contaminadas ou de mãe para filho durante a gravidez ou amamentação.
Aids é o estágio mais avançado da doença que ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo. Justamente por isso é que o indivíduo portador da Aids fica vulnerável a sofrer pelas chamadas doenças oportunistas, que podem variar de um simples resfriado a infecções mais graves, como a tuberculose, hepatites virais, pneumonia e alguns tipos de câncer.
Os Testes rápidos para HIV/ Sífilis e Hepatite B e C estão disponíveis em todos os serviços de aconselhamento e testagem (CTA), presentes em 60 municípios do Estado de Minas Gerais. A demanda no serviço é livre e qualquer pessoa pode realizar o exame. Outra maneira de se testar é realizar o teste anti-HIV, através do exame de sangue convencional disponíveis em todas as unidades básicas do Estado de Minas Gerais.
Transmissão vertical
Uma parcela considerável dos diagnósticos na população feminina ocorre durante o período gestacional, em que é realizada triagem sorológica anti-HIV. Nesse caso, o diagnóstico se torna ainda mais importante, uma vez que a transmissão pode ocorrer de mãe para filho.
Chamada de transmissão vertical, esse tipo de infecção pelo vírus HIV pode ocorrer durante o período da gestação, parto ou aleitamento materno. Entre as ações da SES para inibir esse tipo de contaminação está o acompanhamento promovido pela Rede Viva Vida, com ações de acolhimento e aconselhamento às gestantes, realização de teste rápido para o HIV, antirretrovirais e leite (fórmula infantil ciclo 1) para crianças expostas ao vírus.
Confira os dados da doença:
Tabelas divulgadas pela Agência Minas
(Agência Minas)