Câmara de Ipatinga decidirá nesta quarta se vereador será investigado por fraude em programa federal

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A Câmara Municipal de Ipatinga decide nesta quarta-feira (03) se investigará o vereador Saulo Manoel da Silveira (PT), que teve a prisão pedida pela Polícia Civil. Ele é acusado de fraudar o programa federal Minha Casa, Minha Vida, cobrando um “mensalão” de possíveis beneficiários.

Se o Legislativo optar pela instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), o vereador poderá perder o mandato. Nesta quarta, o delegado Rodrigo Manhães, responsável pelo pedido de prisão e pelo indiciamento de outras cinco pessoas, além de Saulo, entrega à Câmara Municipal o inquérito que tramita na Justiça.

Indiciados foram contemplados com apartamentos do programa – Foto: Leonardo Morais/Hoje em Dia

Ainda nesta semana, o Ministério Público Estadual deverá se pronunciar sobre a detenção dos suspeitos. A Justiça de Ipatinga já abriu a possibilidade para que a Promotoria se manifeste sobre o pedido de prisão feito pela Polícia Civil. No documento, o delegado alega que, mesma após medida judicial de busca e apreensão na Associação Habitacional de Ipatinga, utilizada por Saulo, a cobrança do “mensalão” continuou. Policiais civis compareceram, disfarçados, em reuniões onde a cobrança é feita e comprovaram a continuidade da prática.

Mandato

O presidente da Câmara de Ipatinga, Werley Glicério de Araújo, ou Ley do Trânsito (PSD), informou, por meio da assessoria de imprensa, que só irá se manifestar após ter ciência do inquérito.

O documento revela que Saulo, sua chefe de gabinete – que também é presidente do PT estadual-, Uzânia Aparecida Gomes, e outras quatro pessoas, são acusados de cobrar taxa de possíveis beneficiários do Minha Casa, Minha Vida. De acordo com a polícia, eles promoviam reuniões mensais, em diversos bairros de Ipatinga, para formar lista de pessoas que seriam contempladas com uma unidade habitacional. Para figurar na lista, os interessados tinham de pagar mensalidades que variavam entre R$ 3 e R$ 10. Testemunhas disseram que, quanto maior a frequência dos pagamentos e maior o valor, mais chances teriam de ser contempladas.

Em depoimento, elas também acusaram Saulo e sua equipe de as obrigarem a trabalhar em campanhas eleitorais do parlamentar, gratuitamente. Nem mesmo pessoas desempregadas eram poupadas dos pagamentos.

Todos os indiciados, segundo a Polícia, foram contemplados com apartamentos do Minha Casa, Minha Vida. “A substanciosa investigação demonstrou que o investigado, Saulo Manoel da Silveira, montou verdadeira organização criminosa e se utilizou e utiliza da Associação Habitacional de Ipatinga, da qual foi membro fundador, para, além de captar, indevidamente, votos em época de campanha eleitoral, angariar recursos indevidos, constrangendo e exigindo de pessoas que efetivamente cumprem os requisitos para recebimento de imóveis do Minha Casa, Minha Vida”, afirmou o delegado ao pedir a prisão dos envolvidos.

Saulo não foi encontrado, nessa terça-feira (02), para comentar as denúncias. Uzânia é procurada desde a última sexta-feira no gabinete, mas a informação ali é a de que sempre “deu uma saidinha”.

Programa para pessoa de baixa renda

O programa federal Minha Casa, Minha Vida é destinado a financiar unidade habitacional a pessoas de baixa renda. A modalidade suspeita de fraude em Ipatinga, no Vale do Aço, é a Entidades. Um dos pré-requisitos para figurar na lista de beneficiários é ter renda familiar bruta de até R$ 1,6 mil. Não é permitido qualquer tipo de cobrança de taxa para que interessados se inscrevam, já que se trata de dinheiro público. Em Ipatinga, seis pessoas são suspeitas de cobrarem dinheiro para realizar as inscrições.

(Hoje em Dia)

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