Serviço secreto do Reino Unido identifica suspeito da execução de jornalista americano

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Os serviços secretos do Reino Unido já identificaram o jihadista de sotaque britânico suspeito da execução do jornalista norte-americano James Foley, divulgou, este domingo, o jornal “The Sunday Times”, citando fontes governamentais.

De acordo com as mesmas fontes, o MI5 (serviços secretos internos britânicos) e o MI6 (serviços secretos externos britânicos) indicaram que o jihadista de origem britânica é conhecido por outros extremistas como “Jihadi John”.

Apesar das fontes oficiais citadas pelo jornal não fornecerem detalhes sobre o indivíduo, o “The Sunday Times” refere que um dos principais suspeitos é Abdel-Majed Badel Bary, de 23 anos, que abandonou a casa da família no bairro londrino de Maida Vale, na zona oeste da capital britânica, em 2013. Este homem colocou recentemente na rede social Twitter uma fotografia dele a segurar uma cabeça decepada.

Vídeo da execução de James Foley foi divulgado na quarta-feira – Foto: Reuters

Ainda sobre a identidade do suspeito, o jornal britânico refere que Babel Bary é filho de um militante de origem egípcia que está a ser acusado pela justiça norte-americana da autoria de ataques bombistas contra as embaixadas norte-americanas no Quénia e na Tanzânia em 1998. O pai de Badel Bary aguarda julgamento em Nova Iorque.

O jornal relata ainda que Abdel-Majed Badel Bary era um aspirante a artista de Hip-Hop, conhecido como “L Jinny”, cujas músicas chegaram a ser transmitidas na BBC Radio 1. O ‘rapper’ também apareceu em vídeos colocados no YouTube, promovendo algumas das suas músicas.

Em declarações ao mesmo jornal, o ministro dos Negócios Estrangeiros britânicos, Philip Hammond, afirmou que o alegado jihadista de origem britânica envolvido na execução de Foley representa uma “absoluta traição” dos valores do país.

Hammond referiu que o Governo britânico investe “recursos significativos” para erradicar, segundo a sua descrição, uma “barbárie ideológica” que pode representar uma ameaça para o Reino Unido.

O chefe da diplomacia britânica afirmou, como outros membros do executivo de Londres, que a “ameaça” procedente da Síria e do Iraque poderá durar uma geração.

“É horrível pensar que o autor deste ato atroz poderá ter sido educado no Reino Unido”, disse Philip Hammond, que acrescentou que este comportamento “é uma completa traição” ao país e dos “valores e de tudo o que os cidadãos britânicos defendem”.

Jihadistas do Estado Islâmico, um grupo sunita ultra-radical que controla partes do Iraque e da Síria, divulgaram na quarta-feira um vídeo da execução de James Foley.

No vídeo, intitulado “Mensagem para a América”, o Estado Islâmico ameaça matar um outro refém norte-americano, Steven Sotloff, em represália pelos ataques aéreos dos Estados Unidos a posições dos seus combatentes no norte do Iraque.

James Foley, de 40 anos, era um repórter experiente, que tinha feito a cobertura noticiosa do conflito na Líbia antes de ir para a Síria, onde acompanhou a revolta contra o regime de Bashar al-Assad para o portal norte-americano “GlobalPost”, agência France Presse e outros órgãos de comunicação. (Jornal de Notícias)

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