Marli Andrade – A idiotice do “humor” que não tem graça está dominando esta geração?

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A cada “acontecimento” nos deparamos com a exposição do “ridículo” que há em cada um de nós, nas redes sociais.

Às vezes me pego pensando se as pessoas ainda não entenderam que rede social é o mesmo que falar para a população mundial. Imaginem só: podemos dizer o que quisermos e mais de sete milhões de pessoas podem ter conhecimento sobre nossa posição.

Isso é fantástico! E o que uma grande parte faz? Diz asneiras. Pode ser pensando que somente sua cidadezinha de menos de 10 mil habitantes veja, pode ser pensando que somente seus amigos no “contador de seguidores”, pode ser até que pense que jamais será “compartilhado” ou “retuitado” um pensamento “banal” – uma piadinha, apenas.

(Imagem reprodução do Sistema Brasileiro de Televisão – SBT)

Esta “ocorrência” vem acontecendo com simples mortais em suas redes que são pouco povoadas, assim como em páginas de cantores que sempre foram tidos como “inteligentes”, acontecendo também com padres e pastores que também sempre foram sinônimo de “homens de Deus”, os políticos – sem escrúpulos – nem damos muita atenção mais e nem aos idiotas dos programas humorísticos que chegam a dizer: “humorista só fala merda mesmo” (não acreditei quando eu mesma ouvi de um, na TV).

Aí fico me perguntando: O que nós (nós quem? – se estes “humoristas” estão tendo mais influência do que nós: profissionais, pais, professores, amigos…) podemos fazer?

Onde está a parte “somos todos seres humanos”?

Onde está a parte “quem será atingido com esta minha posição?

Onde está a parte “qual a consequência desta minha ação?

É fato que Freud tinha toda razão quando disse: “Quando o ser humano cala, falam-se as pontas dos dedos”.

Longe de imaginar que “as pontas dos dedos” seria, cem anos mais tarde, traduzidos em “Facebook, “Twitter” e outras redes sociais, Freud já alertava que o ser humano demonstra o que tem dentro de si em atitudes e, com esta tecnologia, em palavras, como se estivesse dizendo nas cozinhas de suas casas, uma opinião sobre os outros.

Não que na cozinha “pode”. Mas na cozinha, diante da pessoa, com mais oportunidade de esclarecimentos ou não exposição do “outro” é menos desastroso do que numa rede mundial.

Eu ando meio “sem paciência” com estas postagens “expositivas. “Sem paciência” pelo simples fato de com elas, estar conhecendo a fragilidade da nossa geração que não tem graça e “acha” graça em rir do “sofrimento” de outro “par”.

Perdoem-me pela “rabugice” do texto desta semana, mas é que o que mais me indigna na vida é um ser humano desrespeitar outro ser humano. Antes me indignava o ser humano ser capaz de matar outro da mesma espécie (nunca aceitei isso). Hoje, o riso da “desgraça” do outro, me indigna tanto quanto.

Somos todos da mesma espécie, poxa! (ou não?)



Quem é Marli Andrade?

Marli Andrade é Psicanalista e Psicopedagoga, Doutoranda em Psicologia Social pela Universidade Argentina John Kennedy em Buenos Aires, defendendo a tese: “A influência da subjetividade nas interações profissionais”.

Escritora do livro Primeiro você sonha, depois você dorme, catalogado pela Câmara Nacional do Livro, sob o catálogo sistemático: Autoconhecimento, Comportamento social, Conduta de vida, Equilíbrio (Psicologia), Inconsciente, Realização pessoal, Relações interpessoais, Sonhos e Sucesso profissional.

Atua com palestras e treinamentos em instituições públicas e privadas, disponibilizando técnicas para que cada participante possa construir suas próprias estratégias para a gestão intra e interpessoal.

Marli Andrade
Psicanalista e Psicopedagoga
Doutoranda em Psicologia Social
CNP Espo nº 0705-59
CNPJ 18.183.436/ 0001-29

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