Suspeita de matar taxista é apresentada pela polícia em Montes Claros

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As Polícias Civil e Militar de Montes Claros (MG) apresentaram, nesta terça-feira (8), durante uma coletiva de imprensa, Fernanda Souza de Ávila, de 19 anos, suspeita de ter participado do latrocínio do taxista Henrique Eduardo Silva, de 55 anos, assassinado em 21 de junho deste ano. Um menor de 17 anos também foi apreendido pelo crime.

A polícia chegou até os suspeitos após ter informações de que o latrocínio havia sido cometido por um casal. O adolescente foi apreendido no dia 30 de junho, confessou o crime e disse que contou com a ajuda de Fernanda Souza.

A Justiça determinou a internação do menor por 45 dias, que segundo as investigações, pode ter participação em pelo menos mais três latrocínios em outras cidades. Ele morava em Porto Seguro (BA) e há poucos meses se mudou para Montes Claros, onde tem alguns familiares.

Fernanda Souza foi presa em Capitão Enéas (Foto: Michelly Oda / G1)

Também foi expedido um mandado de prisão temporária para Fernanda Souza, que acabou sendo detida em um hotel, em Capitão Enéas (MG), no dia 2 de julho, junto com o namorado e outros dois adolescentes. De acordo com as investigações, antes de fugir de Montes Claros, eles roubaram uma motocicleta e tentaram cometer um assalto a uma farmácia. Já na outra cidade, venderam a moto por R$ 700. Segundo a polícia, esse dinheiro seria usado para que ela fosse para outro lugar.

O crime

O tenente Édson Faustino, da Polícia Militar, explica que o taxista foi abordado na Avenida Deputado Esteves Rodrigues, em frente a uma boate. Os envolvidos solicitaram uma corrida, já com o objetivo de cometer o assalto, e acabaram matando Henrique Eduardo da Silva, no Povoado de Gameleiras.

Segundo a investigação da Delegacia de Homicídios, os dois tinham a intenção de usar o dinheiro do roubo para ir a uma festa. Eles disseram que levaram R$ 75 da vítima, quantia que foi dividida, R$ 45 para Fernanda e R$ 30 para o menor, que também ficou dois celulares.

Após cometer o crime, o adolescente dirigiu o carro da vítima até o Bairro Doutor João Alves, onde o veículo foi abandonado.

O delegado Bruno Rezende afirma que os dois escolheram o taxista por pensarem que ele era mais vulnerável. “Os dois usaram uma violência desmedida contra a vítima, que foi espancada e teve morte por traumatismo craniano. Após o latrocínio eles usaram entorpecentes e procuraram ajuda com amigos.”

Ainda de acordo com as investigações, no local onde o corpo foi encontrado não havia nenhum objeto que pudesse causar os ferimentos na cabeça do taxista. Em relação a isso, Fernanda Souza disse que o menor pisou na cabeça da vítima e que não passou com o carro por cima dele, porque ela o impediu.

Em depoimento, a Polícia Civil conseguiu apurar também que a suspeita tentou enforcar o taxista com um cinto usado por ela, enquanto o adolescente cometia agressões contra a vítima.

Apesar dos dois terem confessado o crime, há uma divergência entre quem teria matado Henrique Eduardo Silva. Por isso, a Polícia Civil vai ouvir outras testemunhas para a conclusão de laudo complementares.

Laudos devem apontar se o taxista tinha ferimentos causados pela faca que Fernanda Souza levou de casa, com a intenção de cometer o assalto.

“Após a conclusão dos laudos, faremos uma acareação, porque há divergências em relação à violência praticada, já que um joga a culpa da morte para o outro. O certo é que houve participação efetiva de ambos e não houve nenhuma ação por parte deles para evitar a morte da vítima”, diz o delegado de homicídiosBruno Rezende.

Além de responder por latrocínio, Fernanda Souza pode ser incriminada por corrupção de menores, assim como o namorado dela, já que os dois foram encontrados em Capitão Enéas com dois adolescentes que estariam colaborando para a fuga.

Durante a coletiva Fernanda Souza disse que conhecia o adolescente que participou do crime e que foi ele quem matou o taxista. Ela também afirmou estar arrependida e admitiu que é usuária de maconha.

Eles são suspeitos de terem cometido outros assaltos juntos, mas não têm relação com os dois latrocínios em que policiais militares reformados foram vítimas. (G1)

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